Empresa estatal de diamantes rasga acordo com Isabel dos Santos

Sodiam diz que negócio só gerou custos e deu agora este passo por razões de "legalidade".

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Isabel dos Santos controla a De Grisogono juntamente com o seu marido, Sindika Dokolo NFACTOS / FERNANDO VELUDO

A Sodiam, empresa estatal angolana de comercialização de diamantes, anunciou o fim da parceria que tinha com Isabel dos Santos na De Grisogono, através da holding Victoria (sediada em Malta).

De acordo com a edição deste sábado do Jornal de Angola, que deu destaque de manchete à notícia, a decisão foi anunciada esta sexta-feira pela Sodiam através de um comunicado. A empresa estatal, que está na esfera do grupo Endiama, diz ter tomado este passo por “razões de interesse público e de legalidade”, dando a indicação de que acordo em vigor era contrário à lei.

O comunicado, citado pelo Jornal de Angola (nada consta no site do grupo estatal), diz que o negócio gerou “exclusivamente custos para a Sodiam”, e que esta “é, e sempre foi, totalmente alheia” à gestão do consórcio.

O jornal do Estado angolano relembra que a De Grisogono tem 16 lojas “em todo o mundo”, e que recentemente vendeu em leilão uma “jóia rara e de grande qualidade, produzida a partir do diamante de 404 quilates extraído em 2016 na mina do Lulo, na Lunda Norte, o maior de sempre encontrado em Angola”.

Antes de ter exonerado Isabel dos Santos do cargo de presidente da Sonangol, no dia 15 de Novembro, substituindo-a por Carlos Saturnino, o actual Presidente de Angola, João Lourenço, já fizera mudanças em várias empresas e organismos, como a Sodiam. Naquele que foi visto como o primeiro movimento contra a empresária, filha de José Eduardo dos Santos, João Lourenço afastou logo no início de Novembro a administração que tinha sido escolhida pelo seu antecessor e nomeou uma nova equipa, presidida por Eugénio Pereira Bravo da Rosa (que substituiu Beatriz Jacinto de Sousa). 

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