Os “leões do Atlas” são ferozes na defesa

Marrocos volta a um Mundial 20 anos depois do França 98.

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Hervé Renard, o estreante, com o compatriota repetente Didier Deschamps Reuters/KAI PFAFFENBACH

Marrocos é uma selecção que tem o seu lugar na história dos Mundiais de futebol. Foi a primeira equipa de África a ultrapassar uma fase de grupos e, como os portugueses bem se lembram, com uma vitória por 3-1 sobre a selecção comandada por José Torres, no México 86. Mas essa vitória não foi nada por acaso, como prova a derrota pela margem mínima (e golo tardio) nos “oitavos” com a Alemanha. Doze anos depois, no França 98, andaram perto de repetir o feito, mas não conseguiram, e foram precisas duas décadas para os “leões do Atlas” voltarem a estar presentes num Mundial.

Olha-se para o percurso de Marrocos na fase de qualificação e percebe-se logo qual é o seu ponto forte. Os magrebinos foram a única equipa a não sofrer qualquer golo no seu grupo de apuramento, o que sugere uma unidade defensiva coesa formada pelo seu treinador francês Hervé Renard como a principal arma para enfrentar a difícil concorrência, sobretudo das nações ibéricas. Renard fará a sua estreia num Mundial depois de ter sido campeão africano com Zâmbia (2012) e Costa do Marfim (2015) – este será, aliás, um Mundial em que três das cinco selecções africanas presentes são do norte de África, Marrocos, Tunísia e Egipto.

Esta é uma selecção com forte “sabor” espanhol e francês – e também um pouco português, com o central Manuel da Costa, internacional português nas selecções jovens nascido em França, a ser um forte candidato a ir à Rússia. É na defesa que está um dos jogadores mais experientes de Marrocos, Medhi Benatia, capitão da selecção e central da Juventus mas já com uma carreira que inclui passagens pelo Marselha, Roma e Bayern Munique. E é na defesa que está a despontar uma das grandes esperanças, o jovem lateral Achraf Hakimi, nascido em Madrid e formado no Real, que, nesta temporada, já foi promovido por Zidane à primeira equipa dos “merengues”.

Do meio-campo para a frente, o maior talento estará nos pés de Hakim Zyech, médio ofensivo do Ajax, que chegou a ser internacional jovem pela Holanda. Soufiane Boufal, médio do Southampton, também é um jogador a ter em conta pela experiência que já tem de Liga francesa e da Premier League. Para golos, a melhor esperança marroquina será Khalid Boutaib, veterano avançado do Malatyaspor, da primeira liga turca.

Presenças em Mundiais: 4 (1978, 1986, 2002, 2006)
Melhor classificação: oitavos-de-final (1986)
Treinador: Hervé Renard
Ranking FIFA: 40.º

Últimos dez jogos

Egipto-Marrocos, 1-0
Marrocos-Burkina Faso, 2-0
Marrocos-Tunísia, 1-0
Marrocos-Holanda, 2-1
Camarões-Marrocos, 1-0
Marrocos-Mali, 6-0
Mali-Marrocos, 0-0
Coreia do Sul-Marrocos, 1-3
Costa do Marfim-Marrocos, 0-2

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