O reencontro com Carlos Queiroz

O antigo seleccionador português qualificou o Irão para um inédito segundo Mundial consecutivo.

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Este será o terceiro Mundial Carlos Queiroz e o segundo com o Irão LUSA/ABEDIN TAHERKENAREH

Entre 2015 e 2017, Carlos Queiroz pediu a demissão três vezes do cargo de seleccionador do Irão e três vezes a federação iraniana lhe rejeitou o pedido, porque lhe reconhecem o mérito de ter feito história no futebol do país. O antigo seleccionador português conseguiu qualificar o Irão para duas fases finais consecutivas de um Mundial, algo que nunca tinha acontecido, e, para o Rússia 2018, fê-lo de uma forma tranquila e autoritária, sem derrotas e com apenas cinco golos sofridos em 18 jogos no conjunto das duas fases da qualificação asiática, sendo a terceira, depois de Rússia e Brasil, a qualificar-se para o torneio.

O Irão-Portugal de 25 de Junho no Arena Mordovia, em Saransk, da terceira jornada do Grupo B, será a segunda vez que as duas selecções se encontram na fase final de um Mundial. Também foram adversárias na fase de grupos do Alemanha 2006, e Portugal, com Scolari no banco, venceu em Frankfurt por 2-0, golos de Deco e Cristiano Ronaldo – a selecção portuguesa faria, aliás, uma fase de grupos perfeita, vencendo também Angola (1-0) e México (2-1), enquanto os iranianos apenas fariam um ponto graças a um empate com os angolanos. Antes de 2006, Portugal e Irão só se haviam defrontado uma vez, no Recife, por ocasião da Taça da Independência do Brasil, a 14 de Junho de 1972 – os portugueses venceram por 3-0, com golos de Eusébio, Dinis e Humberto.

Em quatro participações em fases finais, o Irão pontuou sempre, mas nunca passou da fase de grupos. Vitórias, apenas uma, no França 98, frente aos EUA. Na última participação, já sob o comando de Queiroz, o Irão abriu a campanha com o promissor 0-0 com a Nigéria e, no jogo seguinte, ia levando a Argentina ao desespero com uma grande lição na arte de bem defender - só Lionel Messi, num livre directo para lá dos 90’, conseguiria desfazer o empate. O Irão fecharia essa campanha no Brasil com uma derrota por 3-1 frente à Bósnia, mas com boas sensações, sobretudo no capítulo defensivo.

Este Irão não terá um avançado como Ali Daei, que teve uma carreira de destaque em equipas alemãs (Arminia Bielfeld, Bayern Munique e Hertha) e uma carreira internacional com 109 golos em 149 jogos pelo Irão (é o melhor marcador de sempre a nível de selecções e o único a ultrapassar a centena de golos). Se há alguém que se possa considerar uma “estrela” nesta equipa de Queiroz, é Sardar Azmoun, avançado de 22 anos do Rubin Kazan com boa técnica e bom jogo aéreo, já com alguma experiência na liga russa e com um assinalável nível de acerto em termos de selecção – 22 golos em 30 jogos.

Karim Ansarifard, avançado do Olympiacos, também é um nome a ter em conta, tal como o médio Ehsan Hajsafi, que também joga na Grécia, no Panionios, embora tenha estado suspenso por ter defrontado uma equipa israelita, o Maccabi Telavive, numa eliminatória de Liga Europa – Hajsafi e Masoud Shojaei, outro médio iraniano do Panionios, foram banidos da selecção para o resto da vida, mas só Hajsafi, depois de pedir desculpa, foi reintegrado. Nos 23 eleitos de Queiroz, tal como em 2014, poderá haver um guarda-redes a actuar em Portugal. No Brasil, foi Alireza Haghighi, então guarda-redes do Sp. Covilha, na Rússia poderá ser Amir Abedzadeh, guardião do Marítimo, que ainda não tem qualquer internacionalização.

Presenças em Mundiais: 4 (1978, 1998, 2006, 2014)

Melhor classificação: primeira ronda

Treinador: Carlos Queiroz

Ranking FIFA: 32.º

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