Espanha e Inglaterra, “outsiders” à força no sorteio do Mundial

Portugal, que integra o pote 1 na cerimónia desta tarde, em Moscovo, já escolheu o quartel-general para a fase final da competição.

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LUSA/SERGEI ILNITSKY

A festa do sorteio está agendada para esta tarde (15h), mas ontem já houve direito a bolo na sala de concertos do Grande Palácio do Kremlin, em Moscovo. No ensaio geral para a cerimónia que decidirá a sorte das 32 selecções que competirão no Mundial de futebol, a partir de 14 de Junho, assinalou-se o 57.º aniversário de Gary Lineker, um dos anfitriões da gala. Ele, que ficará a torcer pelo sucesso de uma Inglaterra que não chega à final do torneio há mais de meio século, desde 1966.

As cadeiras do futebol vão estar hoje viradas para o palco de um recinto com capacidade para 6000 espectadores e no qual já desfilaram nomes como os de Placido Domingo, Elton John ou Luciano Pavarotti. O tenor italiano, de resto, chegou a ter também a oportunidade de cantar na gala do Campeonato do Mundo de 1990, no país que o viu nascer, sendo uma das muitas personalidades — numa lista que incluiu Sophia Loren, Evander Holyfield ou Robin Williams — a desempenhar um papel circunstancial na máquina FIFA.

O glamour associado a estas cerimónias, porém, rapidamente passa para segundo plano quando as bolas começam a rolar dentro dos potes. E Portugal, desta vez, surgirá no lote dos cabeças de série, no pote 1, graças a uma alteração introduzida na mecânica do sorteio. É que, ao contrário de outras edições, em que apenas os membros do primeiro pote eram escalonados em função do ranking (os restantes eram distribuídos por confederação), desta vez todas as 32 selecções estão ordenadas à imagem da classificação da FIFA referente ao mês de Outubro.

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Isto significa, por exemplo, que a Polónia figura entre os cabeças de série, na sétima posição, enquanto a Espanha encabeça o pote 2, sendo um dos possíveis adversários de Portugal. A boa notícia para a actual campeã europeia é a impossibilidade de defrontar candidatos como a Alemanha, o Brasil, a França ou a Argentina, mas a verdade é que o segundo pote faz adivinhar francas dificuldades também — para além da Espanha, a Inglaterra, o Uruguai e a Colômbia poderão sair ao caminho da selecção portuguesa.

“A Espanha vai ser um problema. Na verdade, Espanha e Inglaterra, figurando no pote 2, são selecções que todos vão querer evitar”, avaliou o antigo internacional e ex-seleccionador de França Laurent Blanc, um dos convidados para o anúncio do resultado do sorteio.

Determinam as regras que, num mesmo grupo, não possam existir equipas da mesma confederação, sendo a UEFA — que contribui com nada menos do que 14 selecções para o torneio — a única excepção. Recorrendo a um exemplo: se, por acaso, Portugal ficar emparelhado com Inglaterra (ou Espanha, ou Croácia, ou Suíça, todas do pote 2), serão imediatamente excluídas deste grupo a Dinamarca, a Islândia e a Suécia (pote 3), para além da Sérvia, do pote 4. 

Com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na assistência, são esperados 1300 convidados, 30 dos quais seleccionadores das equipas participantes. Quando terminar a cerimónia, será divulgado o calendário com os primeiros 48 jogos, distribuídos pelas 11 cidades-sede da competição — a capital, Moscovo, disponibiliza dois estádios.

Seja qual for o desfecho, uma coisa é certa, Portugal já tem o quartel-general reservado para a estadia na Rússia. Será o Centro de Treinos Saturn, localizado em Kratovo, nos arredores de Moscovo, uma estrutura que dispõe de três campos de futebol (dois relvados e um sintético), ginásio e salas polivalentes, e que fica a 10km do Aeroporto Internacional Zhukovsky.

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