Consumo compensou abrandamento das exportações no terceiro trimestre

Contributo da procura externa líquida passou a ser negativo. Investimento abrandou ligeiramente, mas manteve taxa de crescimento próxima de 10%. INE confirma crescimento de 2,5% do PIB no terceiro trimestre.

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Consumo acelerou no terceiro trimestre xx DRreservados

Foi graças a uma aceleração do consumo, combinada com a manutenção a níveis altos da taxa de variação do investimento que a economia portuguesa assegurou um crescimento do PIB de 2,5% no terceiro trimestre deste ano, revelam os dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O INE já tinha, em meados deste mês, dado conta numa primeira estimativa rápida, da variação homóloga do PIB de 2,5% no período entre Julho e Setembro deste ano, o que constitui um abrandamento face aos 3% registados no segundo trimestre, mas que torna muito provável a concretização da previsão de crescimento do Governo para o total do ano de 2,6%.

O que a autoridade estatística agora revela é que, num cenário de abrandamento das exportações, que passaram a crescer menos que as importações, foi o desempenho mais forte do consumo que acabou por contribuir mais para o resultado obtido.

De acordo com o INE, o consumo registou no terceiro trimestre de 2017 uma variação face ao mesmo período do ano anterior de 2%, quando no segundo trimestre este indicador tinha sido de apenas 1,4%. Uma vez que o consumo é a componente do PIB com um maior peso, uma aceleração deste tipo acaba por ter efeitos globais bastante significativos e que ajudaram a compensar parcialmente os desenvolvimentos menos favoráveis registados na frente externa.

As exportações passaram de um crescimento de 7,9% no segundo trimestre para 6,8% no terceiro e, ao mesmo tempo, as importações aceleraram de 7,1% para 8,1%. O contributo da procura externa líquida para a variação do PIB, que tinha sido positiva (0,2 pontos percentuais) no segundo trimestre passou a ser negativa, em 0,8 pontos percentuais.

O contributo da procura interna, por seu lado, passou de 2,8 para 3,3 pontos percentuais no terceiro trimestre, graças à aceleração do consumo, combinado com um crescimento do investimento que, tendo sido ligeiramente menor, manteve-se a níveis elevados, passando de 10,1% para 9,6%.

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