Encontrada no Canadá lagosta com logótipo da Pepsi “tatuado” numa pinça

A quantidade de lixo no fundo dos oceanos volta a estar em debate, depois de ter sido encontrada uma inusitada consequência da poluição num animal.

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Ambientalistas alertam para o aumento da poluição nos oceanos Reuters/ALKIS KONSTANTINIDIS

Uma pescadora encontrou uma lagosta que tinha "tatuado" numa das suas pinças o logótipo da Pepsi. Um momento insólito. Karissa Lindstrand, a pescadora, disse nunca ter visto nada assim. O crustáceo foi pescado nas águas de Grand Manan, no Canadá, durante uma saída de o grupo de pescadores do qual Karissa fazia parte. A descoberta da lagosta gerou uma discussão sobre as consequências da poluição nos oceanos. 

Muitos dos pescadores acreditam que a lagosta pode ter crescido em torno de uma lata de refrigerante que acabou no fundo do oceano, outros especulam que parte da lata, de alguma maneira, tenha ficado presa no animal. Karissa Lindstrand associa este fenómeno à quantidade de lixo existente no mar. "Nós não o vemos a flutuar à nossa volta", o lixo aparece "ao longo da costa, levado para as praias ou para os lados das falésias", disse ao Guardian.

Matthew Abbott, coordenador do programa marítimo do Conselho de Conservação de New Brunswick, no Canadá, chama a atenção para estas questões ambientais, alertando para o risco de sobrevivência dos animais. A ingestão de pedações de plástico é para o coordenador um problema que se pode agravar. "Quanto mais pequenos se tornam os bocados de plástico, mais depressa os animais identificam como sendo alimento", disse o especialista à CBC News. No entanto, o Conselho de Conservação "tem trabalhado em conjunto com as autoridades locais e federais, e também com organizações não governamentais", explicou Matthew Abbott.

O Guardian dá conta de que investigações feitas recentemente mostram que perto de 38 milhões de pedaços de plástico, com cerca de 18 toneladas, apareceram num recife de corais inabitado a leste do Sul do Pacífico. Além disso, a velejadora britânica Dame Ellen MacArthur explicou que entre cinco a 13 milhões de toneladas de plástico são despejadas nos oceanos a cada ano e que "em 2050 o mar poderá ter mais plástico do que peixe". 

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