Jovem de 11 anos ganha prémio de ciência no valor de 25.000 dólares

Gitanjali Rao criou um aparelho que detecta chumbo na água.

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O chumbo é um metal tóxico e muito prejudicial à saúde humana, mesmo em baixas quantidades RUI GAUDêNCIO

Gitanjali Rao, uma aluna do estado norte-americano do Colorado que frequenta o sétimo ano, recebeu o título de Melhor cientista jovem americana por ter criado um aparelho que detecta chumbo na água potável, noticia a CNN. A invenção da jovem de 11 anos foi inspirada pela crise da água de Flint, no Michigan, onde os cortes de custos levaram à contaminação da água potável. Segundo a jovem, o seu aparelho é mais rápido a concluir a medição e tem custos mais baixos do que os métodos actuais.

A par do título no Discovery Education 3M Young Scientist Challenge, Gitanjali Rao ganhou um prémio no valor de 25.000 dólares que será usado para “desenvolver o aparelho com o intuito de o poder comercializar brevemente”, disse à CNN.

O chumbo é um metal tóxico e muito prejudicial à saúde humana, mesmo em muito baixas quantidades. Se ingerido, é especialmente perigoso para crianças e leva a vários problemas de saúde. É comum chegar ao sistema de águas quando existe corrosão de tubos de chumbo antigos, que foram feitos antes de se saber que o componente era tóxico.

A Organização Mundial de Saúde diz ser aceitável um nível de 10 partes por mil milhões. Em Junho do ano passado, nos Estados Unidos, eram estimados 5300 sistemas de água que não cumpriam os requisitos de regulamentação, expondo assim 17,6 milhões de pessoas a níveis de contaminação considerados não seguros. Na cidade de Flint os níveis apresentados em 2015 por funcionários municipais apresentavam 397 partes por mil milhões, enquanto que testes independentes conduzidos por investigadores da Virginia Tech chegaram a encontrar níveis de 13.000 partes por mil milhões.

“Após saber da situação em Flint, continuei a investigar e a acompanhar nos dois anos seguintes. Vi depois os meus pais a testarem a água e foi aí que tive a ideia. Percebi que usar fitas de teste obrigava a algumas tentativas até conseguir um resultado certo e quis fazer algo para mudar isso, não só para os meus pais como para os habitantes de Flint e outros locais semelhante no mundo”, contou à CNN.

Uma vez que o chumbo não afecta o sabor, cheiro ou o aspecto da água, a única forma de o detectar é fazendo um teste. Actualmente, existem duas formas de realizar este tipo de testes: uma é com fitas de teste que podem detectar vários contaminantes e de uma forma rápida, mas não totalmente fiável; a outra forma, a mais rigorosa mas mais dispendiosa, é um teste em laboratório através de uma amostra da água que se quer testar.

Gitanjali Rao acredita que o seu aparelho pode ter um preço competitivo e servir de alternativa aos dois métodos actuais. O aparelho, chamado Tétis em homenagem à ninfa do mar da mitologia grega, utiliza “nanotubos de carbono para detectar chumbo na água mais rápido do que todas as outras técnicas actuais. Tem um sensor que é um nanotubo de carbono ao qual átomos especiais são adicionados para reagir ao chumbo”, explicou a jovem cientista à CNN. Os resultados são, de seguida, enviados por Bluetooth a qualquer smartphone que tenha a aplicação desenhada para receber os dados e mostrar os resultados.

Rao quer ser geneticista ou epidemiologista quando crescer. A contaminação das águas com chumbo despertou-lhe interesse por combinar as duas matérias, referiu ao Business Insider.

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