ARS Norte avalia casos de tuberculose no Bairro do Aleixo

Entidade de saúde dá conta de seis casos, incluindo um óbito, entre toxicodependentes da área do Agrupamento de Centros de Saúde Porto Ocidental

Consumo de droga ao ar livre, no Bairro do Aleixo, em Abril
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Consumo de droga ao ar livre, no Bairro do Aleixo, em Abril Paulo Pimenta
Consumo de droga ao ar livre, no Bairro do Aleixo, em Abril
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Consumo de droga ao ar livre, no Bairro do Aleixo, em Abril Paulo Pimenta

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) está a acompanhar a denúncia de que existiria “um surto de tuberculose” no Bairro do Aleixo, mas não confirma, para já, que tal se verifique. Em comunicado, a ARSN diz que “as autoridades de saúde local e regional estão atentas ao problema e desencadearão as medidas consideradas necessárias à gestão da situação, decorrentes da avaliação em curso”.

De acordo com o comunicado - que se segue a um trabalho do Jornal de Notícias, a dar conta de casos de tuberculose no bairro camarário, entre a comunidade de toxicodependentes que o frequenta -, o primeiro caso da doença naquele local chegou ao conhecimento da ARSN em Março deste ano. “Face à avaliação efectuada na altura, a Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) Porto Ocidental, em conjunto com parceiros comunitários, planeou e realizou um rastreio de tuberculose no referido bairro”, escreve-se no comunicado enviado às redacções. Segundo o mesmo texto, das 32 pessoas avaliadas nesse rastreio não foi identificado qualquer “caso adicional da doença”.

A ARSN acrescenta que, desde Março, foi informada de mais cinco casos de tuberculose “em toxicodependentes residentes na área do ACeS Porto Ocidental, incluindo um óbito”. O comunicado não especifica se estes casos ocorreram entre frequentadores do Bairro do Aleixo, salientando-se que está a decorrer “a necessária investigação epidemiológica”. Sobre o bairro especificamente, a ARSN esclarece que a abordagem ao problema “está a ser feita numa perspectiva de interdisciplinaridade e cooperação intersectorial, com envolvimento da autarquia e dos parceiros sociais que trabalham no terreno”.

Os casos descritos pela ARSN terão ocorrido entre consumidores de droga, com a entidade pública a salientar que “a toxicodependência está associada a um risco acrescido de doenças infecciosas, entre as quais a tuberculose”. Os números apresentados no comunicado referem “de uma forma global, na região de saúde do Norte, em cerca de 4% dos doentes com tuberculose há história de consumo de drogas por via endovenosa, proporção que atinge 9% no concelho do Porto”.

O Bairro do Aleixo é um dos problemas complexos que o executivo de Rui Moreira tem para resolver. Duas das cinco torres do bairro foram demolidas ainda durante os mandatos de Rui Rio, depois de os terrenos onde o aglomerado habitacional está implantado terem passado para a gestão de um fundo imobiliário. Por diversas vezes remodelado, o fundo, de que a Câmara do Porto faz parte, não se pronunciou ainda sobre o que pretende fazer em concreto com o local, onde ainda permanecem quase cem famílias, em condições que têm sido sistematicamente descritas como cada vez mais precárias.

O presidente Rui Moreira nunca foi além de afirmar que primeiro era necessário realojar as famílias que ainda lá vivem, antes de se falar em planos para o futuro do local. O processo arrastou-se durante todo o primeiro mandato do independente, com as condições dos edifícios a degradarem-se e o problema do tráfico e consumo de droga a tornar-se cada vez mais visível nos prédios com várias casas entaipadas e nos terrenos envolventes. 

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