Tamar Morali é judia e pode ser a primeira Miss Alemanha

A estudante nasceu na Alemanha, cresceu na Áustria e agora vive em Israel. Diz que a sua participação no concurso é não só uma conquista sua mas também de “todos os judeus na diáspora”.

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Um dos objectivos da estudante é participar no concurso de beleza mundial Miss Universe Reuters/STEVE MARCUS

A estudante Tamar Morali, de 21 anos, tornou-se na primeira judia a chegar à etapa final do concurso Miss Alemanha. “Num país em que os judeus viveram horrores inimagináveis, haverá pela primeira vez uma concorrente judia a Miss Germany” disse a estudante ao Jerusalem Post na quarta-feira. Foram os organizadores do concurso nacional alemão que lhe disseram que seria a primeira concorrente judia a chegar a uma das fases finais do concurso de beleza, onde disputará o primeiro lugar com 19 outras concorrentes.

"Tenho orgulho em ser uma alemã judia", disse ainda, acrescentando que não se deve esquecer o passado da Alemanha nazi mas que é importante realçar a força que a comunidade judia tem vindo a alcançar dentro do país, apesar de terem voltado a surgir alguns sinais de anti-semitismo como a ascensão do partido alemão de extrema-direita (AfD, Alternativa para a Alemanha), que conseguiu 13% dos votos nas eleições de Setembro.

Morali nasceu em Karlsruhe, no sudoeste do país, mas acabou por se mudar para Viena, na Áustria, quando tinha oito anos — os seus pais acreditaram que seria mais fácil crescer num sítio onde houvesse uma maior comunidade judia. Em Viena, aprendeu hebraico e frequentou uma escola judia juntamente com os seus irmãos. Aos 17 anos, decidiu passar um ano em Israel (o chamado gap year) e acabou por ficar lá. Agora é estudante de Comunicação numa universidade na cidade israelita de Herzliya. 

A concorrente participou na edição deste ano do Vienna Fashion Week e decidiu seguir os conselhos que lhe iam dando de que deveria participar no concurso alemão. “Vejo a minha candidatura não só como uma conquista pessoal mas também para o Estado de Israel e para todos os judeus na diáspora”, garantiu.

A estudante, que não esconde o sonho de um dia vir a ser Miss Universo, mostrou-se contente por saber que a sua identidade judia despertou curiosidade entre os organizadores: "Fizeram-me muitas perguntas sobre as minhas origens e como é viver na Alemanha enquanto judia", disse, afirmando que do outro lado foi recebida com abertura e respeito. "Não estou a dizer que devamos esconder o passado", explicou, "mas devemos encontrar uma forma de todos vivermos em paz, e acho que isto é um bom princípio".

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