Ver filmes a 360 graus? Só no Festival de Cinema Imersivo

Único festival de cinema imersivo em Portugal decorre em Espinho de 1 a 3 de Dezembro. Há 70 filmes em concurso e está prometida uma actuação especial dos Best Youth

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A quarta edição do único festival de cinema imersivo em Portugal regressa a Espinho de 1 a 3 de Dezembro, tendo em competição 70 filmes de vários países, todos projectados a 360 graus e alguns em realidade virtual.

Com periodicidade bienal, o IFF - Festival de Cinema Imersivo apresenta este ano mais 15 filmes do que na sua edição de 2015. Terá em estreia nacional mais de 90% das obras e conta com quatro produções nacionais, e ainda uma outra que, embora produzida na Suíça, tem direcção portuguesa.

"Fomos o primeiro festival de cinema imersivo da Europa, quando ainda não se fazia nada nesta área a título competitivo e a produção para ecrãs a 360 graus ainda era escassa, mas entretanto houve uma grande evolução e a própria produção portuguesa ganhou força", declara à Lusa o astrónomo António Pedrosa, director do evento e do planetário de Espinho, cuja cúpula serve de tela aos filmes.

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"Muitas destas produções foram criadas com o objectivo de divulgar conteúdos científicos, uma vez que envolvem tecnologia específica para exibição em planetários e centros de ciência, mas há cada vez mais filmes sobre outros temas, como acontece em After Cherenkov, que oferece uma visão artística sobre os efeitos da radioactividade após o acidente nuclear na central de Fukushima", realça.

Outra componente em destaque no IFF de 2017 é a que resulta de tecnologia destinada a envolver o indivíduo numa realidade alternativa àquela em que se encontra em determinado momento. Independentemente das temáticas a explorar, a oferta do IFF passa sobretudo por curtas-metragens e filmes até 30 minutos de duração, sempre adequados "a todas as idades e a todos os gostos".

É certo que o programa reserva para as manhãs as sessões competitivas com filmes mais lúdicos e adequados ao público infanto-juvenil, mas as obras a exibir durante a tarde e a noite também se adequam a qualquer audiência. É necessário é saber inglês, já que não há legendas para garantir ao espectador "uma maior sensação de imersão".

Uma das novidades deste ano é o "concerto imersivo" que no dia 1 de Dezembro levará a Espinho os Best Youth. Actuação da banda no interior do planetário será complementada com projecções visuais na abóboda que foram criadas por Ivo Teixeira e Rodrigo Carvalho, co-fundadores do estúdio Openfield Creative Lab. António Pedrosa revela, aliás, que esse espectáculo implicou o desenvolvimento de equipamento e software de projecção próprios para VJing, pelo que o planetário de Espinho está agora apetrechado "para poder acolher outro tipo de eventos".

Quanto às expectativas sobre a afluência de público, o astrónomo estima ultrapassar este ano os 1.600 espectadores da edição 2015: "Considerando que a lotação do planetário é de apenas 80 pessoas, em cadeiras muito reclinadas, isso significa que praticamente todas as sessões do festival estiveram com sala cheia".

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