Palhaças querem levar “um sorriso” ao Alto Alentejo

Segunda edição do Bolina - Festival Internacional de Palhaças arranca este sábado no Alto Alentejo. Artistas querem levar um sorriso ao distrito "menos populoso" de Portugal

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Cerca de 40 artistas de dez países participam, a partir de sábado, 25 de Novembro, na segunda edição do Bolina - Festival Internacional de Palhaças com o objectivo de levar "um sorriso" junto das populações mais desfavorecidas do Alto Alentejo.

Com a produção a cargo da Descalças Cooperativa Cultural, a iniciativa, a decorrer até ao dia 3 de Dezembro, vai passar por Castelo de Vide, onde é apresentado o maior número de actividades, Portalegre, Elvas e Ponte de Sor. "Esta segunda edição vai ter como epicentro Castelo de Vide, onde está agora instalada a sede desta produção e que é uma das zonas mais desertas em termos populacionais", disse hoje à agência Lusa a directora artística do evento, Maria Simões, sublinhando que os promotores privilegiam o trabalho nas zonas mais desfavorecidas.

"As palhaças trabalham muito com as emoções. As emoções são a nossa ferramenta de trabalho e aquilo que vamos fazer é partilhar emoções e devolver a perspectiva que somos seres com mais humanidade do que às vezes nos fazem sentir em termos sociais", acrescentou.

Um festival de palhaças

Composto por 14 espectáculos, 13 oficinas de formação e exposições de fotografia, o festival conta com a participação de cerca de 40 artistas, incluindo mais de 30 palhaças profissionais, de Portugal, Espanha, França, Áustria, Eslovénia, Estónia, Brasil, Uruguai, Chile e Argentina. A iniciativa, que teve a sua primeira edição nos Açores e que pretende "provocar um sorriso", vai passar por um castelo, duas igrejas, três teatros, ruas, dois mercados, um hospital, lares e centros de dia e também por algumas escolas.

Trata-se, no fim de contas, de um festival onde a intervenção social e solidária são "palavra forte" para as artistas envolvidas, que se deslocam a Portalegre, o distrito "menos populoso" de Portugal, para colocar o "riso na boca" das suas gentes. "Este é um festival de palhaças, porque, de facto, são só mulheres. As palhaças não são tão conhecidas quanto os palhaços e queremos marcar um pouco essa posição e dar visibilidade ao trabalho das artistas", sublinha Maria Simões.

Uma parte das artistas envolvidas no festival "navega" diariamente com organizações não-governamentais, trabalhando como palhaças em hospitais, estabelecimentos prisionais, campos de refugiados ou zonas de guerra. Marcado por uma componente solidária, as artistas que integram o Bolina - Festival Internacional de Palhaças vão ficar alojadas nas casas da população que acedeu à campanha Uma palhaça em tua casa, sendo que metade das refeições servidas é proveniente de donativos institucionais e de trocas de serviços.

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