Facebook vai avisar utilizadores que seguiam páginas de notícias falsas da Rússia

A página de “dicas” da rede social para identificar notícias falsas já não é suficiente.

A nova ferramenta vai estar disponível antes do final do ano
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A nova ferramenta vai estar disponível antes do final do ano Reuters/Dado Ruvic
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A nova ferramenta vai estar disponível antes do final do ano Reuters/DADO RUVIC

O Facebook quer limpar a rede social de informação falsa com origem na Rússia, e a página de “dicas” da rede social para identificar notícias falsas já não é suficiente. Esta quarta-feira, a empresa anunciou a criação de uma nova ferramenta para avisar os utilizadores se seguem ou gostam de páginas criadas pela Glavset.

A agência russa – conhecida entre os internautas como o “exército de trolls russo” ou “agência de investigação da internet” – é responsável por criar e propagar milhares de notícias falsas para influenciar eleições democráticas em nome do governo russo. Os EUA têm sido o maior alvo do grupo com sede em São Petesburgo.

O novo projecto também inclui páginas da Glavset na rede Instagram, que a empresa de Mark Zuckerbeg comprou em 2012. “É importante que as pessoas percebam como é que estes actores estrangeiros tentaram introduzir divisão e desconfiança através do Facebook antes e depois das eleições norte-americanas de 2016”, escreve o Facebook em comunicado

Apesar de várias iniciativas contra as notícias falsas – como contratar equipas de verificação de factos e assinalar notícias falsas (que um estudo da universidade de Yale revelou pouco eficaz) –  a empresa estima que 140 milhões de utilizadores tenham visto páginas criadas pela agência russa. “É por isso que, desde que descobrimos a informação, temos continuamente partilhado a mesma com o público e com os investigadores do congresso [norte-americano]", nota a empresa.

No início de Setembro, o Facebook anunciou que encontrou milhares de páginas e anúncios facciosos (muitos com origem na Rússia) a circularem na rede social desde Junho 2015 (altura em que Donald Trump anunciou a candidatura à presidência dos Estados Unidos). Segundo o Facebook, a maior parte dos 3000 anúncios “não fazia referência específica às eleições” mas focavam-se em “amplificar mensagens políticas e sociais divisivas”, abordando questões relacionadas com a comunidade LGBT, raça, imigração e licenças de armas. 

O problema, porém, não é exclusivo da rede social. Desde a notícia do Facebook, outros gigantes tecnológicos (como o Twitter e o Google) admitiram ter problemas com anúncios e notícias falsas oriundas da Rússia. Foram chamados a testemunhar em Novembro em frente à Câmara de Representantes dos Estados Unidos sobre as eventuais interferências da Rússia nas presidenciais norte-americanas.

A nova ferramenta do Facebook – que deve estar disponível até ao final do ano – vai criar uma lista (disponível no Centro de Ajuda do site) com todas as páginas da Glavset com que um utilizador interage (através de gostos, partilhas de publicações ou comentários). 

É a mais recente prova de que o cerco das empresas ocidentais aos meios de comunicação estatais da Rússia está a aumentar. Depois de o Twitter os proibir de comprar publicidade na rede social, a Google decidiu penalizar a televisão estatal RT e a agência de notícias Sputnik no seu motor de busca, tornando mais difícil que se encontrem notícias destes dois meios públicos de comunicação russos.

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