Governo aprova plano para reduzir desperdício e arranjar em vez de deitar fora

O projecto pretende reduzir o consumo primário de plástico descartável de fontes fósseis.

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Conjunto de medidas foi anunciada pelo ministro do Ambiente Nelson Garrido

O Conselho de Ministros aprovou nesta quinta-feira um plano para a economia circular que visa pôr os portugueses a mandar reparar e reaproveitar antes de deitar fora, entendendo todos os resíduos como materiais que podem voltar a ser usados.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, disse aos jornalistas que a lógica da economia circular implica que os produtos sejam de raiz "concebidos para durar", para se acabar nos lares portugueses com a "heresia que é dizer 'é melhor deitar fora e comprar novo do que mandar arranjar'".

Em última análise, procura-se que o consumidor "deixe de ser consumidor para passar a ser utilizador".

O plano de acção, que é partilhado pelos ministérios do Ambiente, Economia, Agricultura e Ciência, concentra-se num modelo económico de "bem-estar igual ao de hoje, mas separando o crescimento económico do consumo de recursos".

Matos Fernandes indicou que um dos sectores mais atrasados neste aspecto é o da construção, que "em toda a economia é o sector de mais baixa eficiência material".

"Todo o parque que já existe construído é um banco de materiais suficiente para não ter que extrair mais nada e poder continuar comummente com a actividade de construção", destacou.

Entre as medidas concretas, o governante afirmou que "as juntas de freguesia serão convocadas para projectos de reparação de pequenos equipamentos".

O plano define, ainda, medidas para "reduzir o consumo primário de plástico descartável de fontes fósseis", para procurar acordos voluntários para o concretizar, e fiscalidade verde.

O pano de fundo é uma utilização mundial ineficiente dos recursos que leva a "prejuízos económicos e ambientais significativos", estimando-se que em Portugal os danos causados pela poluição do ar custaram 3,6 por cento de toda a riqueza produzida no ano de 2013.

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