Schulz aberto a negociações com Merkel, diz Bloomberg

O secretário-geral do SPD estará disponível para viabilizar o executivo dos democratas-cristãos mas não para uma grande coligação.

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Schulz estará disponível para apoiar Merkel no parlamento EPA/H. JEON

O social-democrata Martin Schulz está aberto a negociações com Angela Merkel e disponível para oferecer um apoio limitado para um quarto Governo da chanceler, de acordo com duas fontes não identificadas, avança a Bloomberg.

De acordo com as mesmas fontes, Schulz irá comunicar a sua posição ao Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, nesta quinta-feira, depois de no domingo terem colapsado as negociações para a formação de uma nova coligação de Governo, entre os democratas-cristãos (CDU-CSU), Verdes e Liberais (FDP).

Schulz não está disponível para entrar no Governo e reeditar uma grande coligação, mas o SPD poderá dar apoio parlamentar ao executivo de Merkel. O partido social-democrata alemão (centro-esquerda) esteve coligado com Angela Merkel durante os últimos quatro anos, mas os maus resultados nas eleições de Setembro levaram o partido a anunciar que assumiria o papel de oposição a Merkel.

Na segunda-feira, o Presidente alemão dirigiu-se ao país, numa comunicação sem direito a perguntas dos jornalistas, em que sublinhou a “situação sem precedentes na história da democracia alemã” e pediu aos partidos que assumissem as suas responsabilidades de tentar formar governo. No mesmo dia, Schulz tinha defendido que o país devia avançar para novas eleições. 

Já esta quarta-feira, o líder dos sociais-democratas afirmou que acreditava que podia ser encontrada "uma boa solução" e que "o partido SPD está completamente consciente das suas responsabilidades em relação ao difícil quadro actual".

A Bloomberg cita ainda o líder da bancada parlamentar da CDU, Volker Kauder, que terá apontado sinais de "movimentos" do lado do partido de Schulz, em declarações ao jornal Suedwest Presse. "Isto cria uma certa esperança", acrescentou. 

Kauder ressalva que o país "não tem como tradição governar em governos minoritários", mas que se não existir outra escolha "esta terá de ser a opção adoptada", antevendo, no entanto, "dificuldades na gestão das negociações parlamentares".

O Presidente alemão teme que novas eleições possam traduzir-se em maiores ganhos para a Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido xenófobo que entrou pela primeira vez no Parlamento nas eleições de Setembro e que é agora a terceira força política. Esta também é uma das razões apontadas por membros do SPD para justificar a sua distância do Governo, de forma a garantir que a AfD não adopta o papel de maior partido da oposição.

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