Altice disposta a vender negócio na República Dominicana para cortar dívida

Grupo de Patrick Drahi tem em marcha plano de venda de activos para reduzir endividamento e travar queda das acções em bolsa.

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Patrick Drahi voltou a liderar a empresa depois de Michel Combes ser afastado daniel rocha

A Altice está disposta a desfazer-se da sua operação mais pequena, a Altice República Dominicana para diminuir a dívida e apaziguar os investidores, que desde o início do mês não dão tréguas às acções cotadas na bolsa de Amesterdão. A notícia é do Financial Times e, até agora, não foi desmentida pelo grupo liderado por Patrick Drahi, que há uma semana anunciou a intenção de vender "activos não estratégicos e pequenos negócios" para conseguir reduzir a gigantesca dívida da companhia, que ronda os 50 mil milhões de euros.

Segundo o Financial Times, o processo de venda da unidade na República Dominicana está ainda numa fase preliminar. O PÚBLICO tentou obter um comentário da Altice, mas não foi possível até ao momento. Segundo informação disponível no site da empresa, o operador dominicano garante telecomunicações fixas e móveis a 4,8 milhões de clientes do segmento residencial e empresarial.

As notícias desta eventual venda vieram dar algum suporte às acções, que a meio do dia estavam a subir cerca de 5% na bolsa holandesa e a valer 7,935 euros. Uma cotação bem distante dos 16,16 euros em que o título fechou no dia 2 de Novembro, antes de se conhecerem os resultados do terceiro trimestre, que desde então têm ditado a má performance bolsista.

Esta semana, também a Bloomberg deu conta de que a empresa já tem uma lista de activos disponíveis para venda em Portugal e França, como torres de telecomunicações, nos quais já haverá pelo menos dois interessados, a espanhola Cellnex Telecom e a francesa TDF. Segundo a Bloomberg, estes activos da Altice, podem valer até quatro mil milhões de euros.

A informação sobre a possível venda na República Dominicana surge um dia depois de a imprensa francesa ter dado conta de que um grupo de investidores pretende apresentar queixa em tribunal contra a dona da PT pela “prestação de informações falsas e enganadoras” ao mercado, no período entre 2015 e 2017.

Segundo o Les Echos, que cita uma fonte próxima deste processo, os queixosos acusam a empresa de ter “minimizado a dívida”, ao mesmo que garantia ter “controlo absoluto” sobre ela. Em resposta a esta acusação (que, segundo o jornal financeiro francês, está a ser coordenada pelo advogado Frédéric-Karel Canoy, que já trabalhou em outros casos mediáticos, como o do Dieselgate), a Altice garantiu tratar-se de uma “manipulação” e tentativa de “desestabilização mediática”.

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