Clássicos em Cena regressam e ocupam por uma semana a Livraria Sá da Costa

De sábado dia 25 até 2 de Dezembro o Teatro Maizum promove novas leituras encenadas de comédias portuguesas quinhentistas. Desta vez é no espaço da Sá da Costa, ao Chiado.

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Leituras encenadas (imagem de outra edição) TEATRO MAIZUM
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Comédia Eufrosina encenada pelo Teatro Maizum em 1995 TEATRO MAIZUM
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Comédia Ulysippo encenada pelo Teatro Maizum em 1998 TEATRO MAIZUM
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Cartaz da exposição sobre Jorge Ferreira de Vasconcelos (1515/1524?-1585) TEATRO MAIZUM
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Capa do livro Dramas Imperfeitos, de Silvina Pereira TEATRO MAIZUM

Começa este sábado a segunda edição dos Clássicos em Cena, que em 2017 se mudam da Casa da Achada (onde decorreram em 2016) para o espaço da Livraria Sá da Costa, na Rua Garrett, ao Chiado, em Lisboa. Se no ano passado a “maratona” incluiu leituras de Francisco Sá de Miranda, Jorge Ferreira de Vasconcelos e António Ferreira, este ano o programa baseia-se no Auto da Natural Invenção, de António Ribeiro Chiado; no Auto dos Sátiros (anónimo); e na Comédia d’El-Rei Seleuco, de Luís de Camões.

Silvina Pereira, encenadora e directora do Teatro Maizum, responsável pela iniciativa, diz que as peças desta outra trilogia que agora se apresenta “constituem um repertório muito particular, quer pela sua riquíssima intertextualidade a vários níveis, integrando e revisitando a tradição teatral greco-latino, quer por ser pródigo em informações sobre a representação cénica e as práticas teatrais quinhentistas portuguesas.”

No comunicado onde se anuncia o regresso dos Clássicos em Cena, Silvina escreve ainda: “À intenção crítica e paródica destas obras, acrescente-se a eficácia muitíssimo teatral conferida pela estrutura de ‘teatro no teatro’, de ‘representação dentro da representação’, antecipando-se este repertório a Shakespeare (Hamlet ou o Sonho duma Noite de Verão), Calderón (O Grande Teatro do Mundo), ou Pirandello. As peças aí estão para serem conhecidas e representadas, para nos deliciarmos com elas e reconhecermos o seu valor e contributo para a herança teatral portuguesa.” A par das leituras encenadas, haverá uma exposição sobre Jorge Ferreira de Vasconcelos (a inaugurar dia 25, às 18h30), que ficará durante uma semana naquele espaço, e o lançamento do livro Dramas Imperfeitos, de Silvina Pereira, com a presença de José Augusto Cardoso Bernardes (domingo, dia 26, às 16h).

O calendário das leituras

As leituras encenadas terão o seguinte calendário (sempre às 18h30, com conversas às 19h30): dia 27, começa-se com o Auto da Natural Invenção, de António Ribeiro Chiado, seguindo- uma conversa em torno da obra e do autor, com José Camões. Dia 29, é a vez do Auto dos Sátiros (anónimo), sendo o convidado da conversa Armando Nascimento Rosa; e dia 1 ouvir-se-á a Comédia d’El-Rei Seleuco, de Luís de Camões, leitura seguida de conversa em torno desta obra e do seu autor com Vanda Anastácio. Por fim, no dia 2 de Dezembro, sob a designação de Festa dos Clássicos, serão lidas as três obras (às 16h, 17h30 e 19h), seguidas de “convívio e iguarias” às 20h30.

Nas leituras participam Ana Sofia Santos, Augusto Portela, Cristina Boucho, Eduardo Frazão, Eduardo Molina, Diogo Dória, Filipa Marcos, Isabel Fernandes, João D’Ávila, João Ferrador, Júlio Martín, Luís Lucas, Margarida Rosa Rodrigues, Mauro Hermínio, Miguel Vasques, Rui Pedro Cardoso, Sofia Rodrigues, Susana Sá e Tiago Amaral.

Planos até finais de 2018

Neste seu desígnio de lembrar os clássicos, trazendo-os para os nossos dias, o Teatro Maizum já anuncia várias iniciativas previstas até quase ao final do próximo ano. Se no espaço do Teatro Romano de Lisboa levou à cena em 2016 A Paz, do comediógrafo grego Aristófanes (444-385 a.C.) e em 2017 ali apresentou O Misantropo, de Menandro (ca. 342-291 a.C.), em 2018 prevê para o mesmo espaço (em Julho) A Comédia dos Burros, de Plauto (ca. 230-180 a.C.). Ainda este ano, apresentará em Dezembro, na Sala do Arquivo dos Paços do Concelho, em Lisboa, A Bilha, de Luigi Pirandello (1867-1936).

Em 2018, em Janeiro, será a vez das Metamorfoses de Ovídio (43 a.C-17 ou 18 d.C.), no Palácio Pimenta (Museu de Lisboa), seguindo-se em Setembro o Auto da Alma, de Gil Vicente (1465-1536), no Palácio Fronteira) e em Novembro a Comédia Ulysippo, de Jorge Ferreira de Vasconcelos (1515/1524?-1585), ainda sem palco. Pelo meio, em Março, haverá terceira edição dos Clássicos em Cena, de novo na Sá da Costa.

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