Agora escolha: eis que chega o Vodafone Mexefest

Cigarettes After Sex, Aldous Harding, Destroyer, Oddisee, Sevdaliza, o regresso dos Micro ou o reencontro com Samuel Úria. Os nomes com que se faz o festival na lisboeta Avenida da Liberdade.

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Aldous Harding (Domingo) cat stevens
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Oddisee (Sábado) DR
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Cigarettes After Sex (Sábado) DR

Por esta altura, já todos sabemos como se processa a festa. Metemo-nos a caminho da lisboeta Avenida da Liberdade, mapa de concertos no bolso ou na aplicação do telemóvel, e iniciamos uma viagem que passará pela própria avenida, pela Rua das Portas de Santo Antão ou pelo Parque Mayer. Chegada nova edição do Vodafone Mexefest, esta sexta e sábado, temos isso por certo. Muda a música. Dela damos aqui conta.

Sábado será dia, por exemplo, do reencontro dos Cigarettes After Sex com o público português. A banda de Greg Gonzalez volta meses depois de actuar no Nos Primavera Sound e num momento em que as suas canções negras em toada lenta, sussurrada, que se ouvem no homónimo álbum de estreia, vão cativando em cada vez maior número. Serão, por isso, um dos destaques de Sábado, actuando às 21h na mesma sala em que, às 22h45, se apresentam os Everything Everything, ingleses que andam há uma década a retalhar pop, rock e electrónica para os colar em novos e inesperados formatos.

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Sevdaliza (Sábado) DR
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Destroyer (Sexta-feira) DR
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Everything Everything (Sábado) DR

Como sempre, ninguém escapará à ansiedade da escolha. Ver os Everything Everything ou rumar ao Cine-Teatro Capitólio para, à mesma hora, ver um dos grandes nomes do rap português, Allen Halloween? E como falhar Julia Holter, autora do extraordinário Have You In My Wilderness, que estará a partir das 22h40 no Tivoli? A solução será fazer a escolha, mantê-la com toda a firmeza e não ceder a lamentar o que se estará a perder algures. Assim feito, seguiremos noite fora.

Para ver, sábado, o blues e o funk maliano dos Songhoy Blues (22h, Casa do Alentejo), Samuel Úria, com as convidadas Gisela João e Ana Bacalhau (22h45, São Jorge), Destroyer a apresentar o mais recente ken (Coliseu, 22h45) ou a leiriense Surma o seu Antwerpen (21h40, São Jorge). Para assistir à histórica reunião dos Micro de Sagas, D-Mars, e Nel’Assassin (20h40, Palácio da Independência), para tomar o pulso, no mesmo local, às 22h, ao presente que nos traz MC K, figura de destaque no rap angolano contemporâneo, e para nos deliciarmos com o hip-hop de Odissee, construído sobre jazz e soul e alimentado por um desejo de intervir com a força da razão no mundo que rodeia o rapper, músico e produtor americano (Capitólio, 21h20).

De volta a domingo, a mesma animada rotina. Descubra-se a folk sulfurosa, tingida a jazz, da neo-zelandesa Aldous Harding (São Jorge, 20h45) e, ainda no São Jorge, três horas depois, mergulhemos no universo peculiar de Sevdaliza - e investiguemos o bom que os Liars andam a fazer por estes dias (23h45, Estação Vodafone.FM). Entre sábado e domingo, na Avenida da Liberdade e nas artérias nas suas proximidades, deslumbremo-nos com a vitalidade da diversificada cena musical portuguesa do presente: Orelha Negra, Moullinex, Ermo, Fogo Fogo, Valete, Tomara, Lavoisier, Luís Severo, Vaiapraia, Karlon, Iguana Garcia. São muitos e não tocam ao mesmo tempo. Escolhamos com cuidado.

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