Skype desaparece de lojas de aplicações na China

A aplicação é cada vez mais difícil de instalar no país. Se for banida, junta-se ao WhatsApp, ao Instagram e ao Facebook numa longa lista de serviços de comunicação estrangeiros proibidos na China.

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Reuters/DADO RUVIC

É cada vez mais difícil encontrar o Skype na China. Nos últimos dois meses, a aplicação de mensagens e telefonemas através da Internet – um dos poucos métodos de comunicação online estrangeiros ainda a funcionar no país – tem desaparecido gradualmente de várias lojas de aplicações, incluindo a Apple. O problema começou em Outubro, coincidindo com o mês em que ocorreu o congresso do Partido Comunista Chinês, no poder desde 1949. 

A informação é avançada, esta terça-feira, pelo New York Times e a Apple confirma a situação. “Fomos notificados pelo Ministério de Segurança Pública [chinês] que o protocolo de várias aplicações de voz não respeita as leis locais. Como tal, foram removidas da loja de aplicações na China”, diz um porta-voz da empresa num email enviado aos media.

Além de não conseguirem instalar a aplicação, os utilizadores queixam-se de já não conseguirem pagar pelo serviço de telefone do Skype (que permite ligar da Internet para um número fixo) através da Apple.

Em Julho, a empresa norte-americana já tinha sido alvo de críticas por remover várias aplicações que permitiam aceder a redes virtuais privadas (VPN) e ver sites bloqueados na China, na sequência de uma ordem de Pequim. A situação é o resultado de uma nova lei de cibersegurança, introduzida a 1 de Julho, que aumenta o controlo do governo chinês na construção, manutenção e gestão das redes de comunicação no país.

O problema não é exclusivo à Apple. Desde Outubro que o Skype também desapareceu de várias lojas de aplicações para Android, operadas pelos gigantes chineses Huawei e Xiaomi. Os utilizadores que usam o sistema operativo Android têm de recorrer a estas lojas para descarregar aplicações na China porque a Play Store, do Google, não funciona no país.

O Skype ainda não foi oficialmente banido, mas a sua remoção das lojas de aplicações online preocupa os utilizadores sobre o futuro do serviço. Nos últimos anos, a China tem instituído uma série de regulamentações que dificultam ou proíbem a utilização de serviços de mensagens e redes sociais estrangeiros.

Em Setembro, o WhatsApp tornou-se o serviço mais recente a ser proibido na China. A lista, cada vez mais longa, também inclui o Facebook e o Twitter (desde 2009), e o Instagram (desde 2014). O problema é que o conteúdo de algumas destes serviços é encriptado, dificultando a monitorização pelo governo chinês. Estes produtos também competem com outros sites preferidos pelo governo, que obrigam os utilizadores a registarem-se com o seu nome verdadeiro.

Um porta-voz da Microsoft, que é a dona do Skype, diz que a empresa está a “trabalhar para repor a aplicação assim que possível”, mas não oferece mais informação.

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