Lisboa vai discutir a qualidade da sua vida nocturna

Objectivo é que deste debate saia medidas para melhorar a noite lisboeta em dois aspectos: segurança dos seus frequentadores e qualidade de vida na cidade.

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Helder Olino

A segurança e a qualidade da vida nocturna em Lisboa vão estar em debate na assembleia municipal nas primeiras duas semanas de Dezembro. Os deputados aprovaram por unanimidade realizar duas sessões em que deverão ser ouvidos moradores, comerciantes, câmara, Governo e autoridades.

“A cidade de Lisboa é sem dúvida das mais seguras” na Europa, disse Luís Newton, do PSD, que propôs a realização deste debate. Mas, acrescentou, é “fundamental tirar lições” e “compreender o que é que podemos aprender para a cidade” com o trabalho de várias pessoas e entidades.

Além dos oradores já mencionados, a assembleia quer ouvir (mas ainda falta confirmação) representantes das discotecas, das empresas de segurança e restaurantes. Está ainda prevista a participação de Telmo Baptista, presidente da Federação Europeia dos Psicólogos, da Carris, do Grupo de Activistas em tratamentos (GAT) e de Jordi Nofre, coordenador do grupo de investigação académica LxNights, que recentemente deu uma entrevista ao PÚBLICO.

Luís Newton manifestou a esperança de que deste debate saia “um conjunto de medidas e propostas concretas” para melhorar a noite lisboeta em dois aspectos: segurança dos seus frequentadores e qualidade de vida na cidade.

Esta terça-feira, a assembleia aprovou ainda uma moção do PCP que pede ao Governo e à câmara que dêem explicações sobre a anunciada intenção de instalar um hotel na estação de Santa Apolónia. Essa decisão “representa mais um passo para o encerramento da estação”, denunciou o deputado comunista Modesto Navarro, considerando que o hotel significa “o princípio de destruição da estação e da linha férrea” entre o centro da cidade e a gare do Oriente.

“Em Lisboa sobram hotéis, mas é confrangedora a falta de resposta dos serviços públicos de transportes, nomeadamente no sector ferroviário, prejudicando as populações e os próprios turistas”, argumentavam os deputados comunistas na moção. Modesto Navarro lembrou ainda os empreendimentos em construção na zona oriental da cidade e ironizou: “Os habitantes de luxo da Matinha não podem ser incomodados pela passagem do comboio”.

Embora o PS tenha votado contra, uma parte substancial do documento acabou mesmo por ser aprovada graças à abstenção de cinco deputados. Assim, Governo e câmara serão obrigados a tomar posição sobre o assunto.

Numa sessão em que foram votados muitos documentos, foi também aprovada uma recomendação do CDS para que a câmara instale mais sanitários públicos – e que use parte da receita da taxa turística nesse propósito. Outras recomendações aprovadas versaram sobre o consumo de água na cidade, a eficiência energética de edifícios municipais e a promoção de espécies vegetais autóctones em Monsanto e restantes zonas verdes. 

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