Capitão do submarino alertou para falha técnica no dia do desaparecimento

Marinha argentina confirma relatos de familiares, mas desvaloriza a notícia. O navio com 44 tripulantes está desaparecido há cinco dias.

Foto
O ARA San Juan desapareceu na quarta-feira com 44 tripulantes a bordo Reuters/HANDOUT

A Marinha argentina confirmou esta segunda-feira que o capitão do submarino ARA San Juan, que está desaparecido no Atlântico Sul desde quarta-feira, reportou uma falha eléctrica no navio nesse mesmo dia, noticia o diário Clarín. A confirmação surge horas depois de vários familiares dos 44 tripulantes desaparecidos terem indicado essa informação à imprensa argentina. 

O comandante da Armada, Gabriel Galeazzi, disse que o oficial relatou “um princípio de avaria” nas baterias do submarino, especificamente “um curto-circuito”. Ao receber o alerta em terra, o capitão foi informado que deveria “alterar a rota e regressar à base naval de Mar del Plata”, segundo cita o mesmo jornal. É junto àquela base que os familiares dos tripulantes têm aguardo notícias nos últimos dias.

À Reuters, Galeazzi desvalorizou no entanto aquela informação, explicando que a avaria seria uma ocorrência normal: “Um navio de guerra tem muitos sistemas de recurso, que permitem passar de um para outro quando há uma falha.”

A Marinha informou ainda que o registo de sete chamadas de satélite detectado durante o fim-de-semana não teve origem no navio, afastando uma possível pista sobre o paradeiro do submarino, que contactou terra pela última vez a cerca de 400 quilómetros da costa. O porta-voz da Marinha, Enrique Balbi, confirmou à Reuters que as chamadas detectadas “não correspondiam ao telefone satélite do ARA San Juan”.

Já na noite desta segunda-feira, aconteceu uma situação semelhante quando o porta-voz da Marinha argentina, Enrique Balbi, informou que tinham sido captados sinais que podiam pertencer à embarcação desaparecida. No entanto, pouco tempo depois, Balbi fez saber que os sons captados não pertenciam ao submarino.

Mais de uma dezena de navios e aviões da Argentina, Estados Unidos, Reino Unido, Chile e Brasil juntaram-se às buscas, que têm sido dificultadas pelo mau tempo ao largo da Patagónia.

O ARA San Juan foi construído na Alemanha em 1983, estando a sua manutenção a cargo da Argentina desde 2008.

Sugerir correcção
Comentar