Centro de investigação do Atlântico dá mais um passo, agora no Brasil

Esta segunda-feira é assinada a Declaração de Florianópolis, no Brasil, que formaliza a criação do Centro Internacional de Investigação do Atlântico. Foi também formada a comissão instaladora desta plataforma internacional que nasceu nos Açores.

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O primeiro passo oficial para a criação do AIR Center foi na ilha da Terceira em Abril Nuno Ferreira Santos

O calendário definido no início deste ano para a criação do Centro de Investigação Internacional doAtlântico (AIR Center), nos Açores, está a cumprir-se. Depois do primeiro “mergulho” oficial, em Abril num encontro nos Açores que reuniu governantes de oito países e que serviu para apresentar o “esqueleto” do plano que quer criar uma plataforma internacional de investigação sobre o Atlântico, o projecto tem vindo a ganhar “músculo”. Garantido o apoio (e financiamento) da União Europeia, e com mais parceiros a bordo, esta segunda-feira, o AIR Center deu mais um passo em frente numa segunda reunião internacional de alto nível que decorre até terça-feira em Florianópolis, no Brasil.

A Declaração de Florianópolis assinada esta segunda-feira formaliza a criação do Air Center. Portugal, Brasil, Espanha, Angola, Cabo Verde, Nigéria, Uruguai, São Tomé e Príncipe, juntamente com o governo regional dos Açores, são os países fundadores deste projecto que conta também com a participação do Reino Unido e da África do Sul como países observadores. Segundo um comunicado do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, na reunião no Brasil também é apresentada a comissão instaladora “que definirá um plano financeiro e de implementação desta plataforma internacional e intergovernamental”. 

O AIR Center, que conta ainda com a participação de várias organizações de investigação e tecnologia, pretende unir forças para explorar e investigar o Atlântico, através dos oceanos, atmosfera, clima, energias renováveis e espaço. Em Julho, foi assinada a Declaração de Belém, em Lisboa, que uniu a União Europeia, o Brasil e a África do Sul num compromisso de cooperação e investigação no Atlântico Sul e que pretendia viabilizar o acesso a financiamento para vários projectos científicos.

Em declarações à agência Lusa, o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações brasileiro, Gilberto Kassab, disse  que o Brasil vai investir neste projecto com sede nos Açores, mas adiantou que ainda não é possível referir qual o valor dessa verba.

O AIR Center promete vários projectos especiais que pretendem aproveitar o “inigualável laboratório natural” do arquipélago, as várias infra-estruturas que já existem no local, como o aeroporto das Lajes, as estações de medição da radiação atmosférica do Departamento de Energia dos EUA na ilha Graciosa ou o Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores na ilha do Faial.

O encontro em Florianópolis é promovido pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior português, Manuel Heitor, e pelo ministro Gilberto Kassab, e nele participam o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina, Lino Barañao, e a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Maria do Rosário Sambo.

No calendário há já mais duas reuniões de trabalho agendadas para 2018 sobre o AIR Center, em Maio de 2018 em Cabo Verde e em Novembro de 2018 nas Canárias. No primeiro encontro, em Abril, na Ilha Terceira, nos Açores, Manuel Heitor antecipou que os primeiros projectos de investigação com o “carimbo” desta instituição intergovernamental deverão ser lançados antes do final do próximo ano.

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