Médicos do Centro criticam "total inércia" do Governo em concurso para especialistas

O presidente da SRCOM frisou que há "centenas de médicos especialistas que fazem falta em hospitais e centros de saúde", que "estão à espera há mais de seis meses por um concurso de colocação".

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Carlos Cortes prevê que no próximo ano haja "perto de 600 médicos" impedidos de ter acesso a uma especialidade médica Rui Gaudencio

O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) criticou este domingo a "total inércia" do Ministério da Saúde, sublinhando que há centenas de especialistas à espera "há mais de seis meses por um concurso de colocação".

O responsável da SRCOM, Carlos Cortes, frisou, em Coimbra, que há "centenas de médicos especialistas que fazem falta em hospitais e centros de saúde", que "estão à espera há mais de seis meses por um concurso de colocação". Carlos Cortes, que falava durante uma cerimónia do Juramento de Hipócrates, considerou que os especialistas apenas não são colocados por "total inércia" do Ministério da Saúde.

"O Orçamento do Estado de 2017 prova que já não existe paixão pela saúde, e que esta está a ser tratada de forma miserabilista, demonstrando que este ministro pouca ou nenhuma influência tem no Governo", vincou.

Durante o discurso, Carlos Cortes chamou também a atenção para os problemas na formação dos jovens médicos, antevendo que a proibição de formações financiadas por fundos externos será a "melhor forma de matar de vez a diferenciação técnica".

O presidente da SRCOM sublinhou que dos cerca de 100 relatórios que a Ordem dos Médicos enviou ao Ministério sobre condições de formação no Serviço Nacional de Saúde não recebeu qualquer resposta por parte da tutela.

Para além disso, vincou, prevê-se que em 2018 "perto de 600 médicos fiquem impedidos de ter acesso novamente a uma especialidade médica".

Carlos Cortes falava durante uma cerimónia do Juramento de Hipócrates, que este ano conta com uma versão atualizada e que é lida hoje pela primeira vez em Portugal, desde a sua aprovação, em outubro, em Chicago, nos Estados Unidos da América.

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