Quando carregar no autoclismo pode estar a mudar o mundo

A escassez de água e a forma como o seu consumo é gerido tem levantado várias discussões a nível global. A sustentabilidade é o caminho a seguir e, aqui, não só as pessoas têm um papel fundamental como também empresas como a OLI, para quem a descarga de um autoclismo pode fazer toda a diferença.

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A água tem um papel preponderante na vida da humanidade, ou não fosse o corpo humano composto por cerca de 70% de água [a mesma percentagem que ocupa na superfície do planeta Terra]. Do consumo à culinária, passando pela higiene e saúde, a água está em todo o lado e, como tal, é um bem comum e que deve ser preservado, seja através do acto individual, ou passando pelas comunidades e empresas. Neste Dia Mundial da Casa de Banho (19 de Novembro), fomos falar com a OLI, que desenvolve soluções de banho com o objectivo de contribuir para uma boa gestão da água, amigas do ambiente e com benefícios económicos para todos. Numa altura em que Portugal atravessa uma seca severa, é fundamental perceber de que forma todos podemos contribuir para uma melhor gestão deste recurso.

Responsável pelo desenvolvimento (desde há 23 anos) da dupla descarga do autoclismo, que se traduziu numa redução do consumo de água na ordem dos 50%, a OLI é hoje a maior produtora de autoclismos da Europa do Sul e está presente em 70 países espalhados pelos cinco continentes. São 380 colaboradores, num complexo industrial de 82 mil metros quadrados e a funcionar 24 horas por dia sem interrupção, onde se produzem semanalmente 39 mil autoclismos e 159 mil componentes. “Inspired by water” é a assinatura da OLI, que coloca a inovação ao serviço da preservação da água, com o objetivo de tornar o mundo num lugar melhor para viver, defendendo o planeta e a vida.

No ano passado inaugurou um novo laboratório de testes de vida com água da chuva. Nos 72 postos de ensaio são realizados testes inovadores com águas calcária, marítima e da chuva de vários países, pelo facto de as diversas geografias de destino das exportação da empresa recorrerem a diferentes águas nos sistemas de instalação sanitária. Hong Kong, por exemplo, utiliza a água do mar.

Cooperação científica

Visitar as instalações da OLI, em Aveiro, é perceber de imediato a importância tamanha que a aposta na inovação pode ter em simples gestos nossos do dia-a-dia. A empresa investe continuamente no desenvolvimento de produtos diferenciadores.

Pelo terceiro ano consecutivo, a empresa surgiu no “top 3” das entidades em Portugal que mais patenteiam na Europa, de acordo com o relatório do Instituto Europeu de Patentes de 2015, sendo que, actualmente, a OLI tem 41 patentes activas na Europa.

No ano passado, a OLI inaugurou um novo laboratório de testes de vida com água da chuva. Nos 72 postos de ensaio são realizados testes inovadores com águas calcária, marítima e da chuva de vários países, pelo facto de as diversas geografias de destino das exportação da empresa recorrerem a diferentes águas nos sistemas de instalação sanitária. Hong Kong, por exemplo, utiliza a água do mar.

Para aumentar a higiene e a segurança no WC, a OLI tem várias placas de comando (Electra, Moon) com sistema “no touch” de activação da descarga de água do autoclismo. O accionamento é realizado através de sensores por infravermelho, evitando o contacto do utilizador e elevando ao máximo os níveis de higiene e de segurança no espaço de banho. 

Quando se trata de recorrer a simulações mais complexas, o presidente sublinha a importância das parcerias: “temos o apoio de várias universidades, seja da universidade de Aveiro, da universidade de Coimbra ou da universidade do Minho. Mantemos uma colaboração habitual com estas três universidades que nos ajudam e nos facilitam a vida, uma vez que não podemos ter internamente todas as competências que estes produtos envolvem”.

Para António Oliveira, com estas parcerias “temos todos a ganhar, sejamos nós ou as universidades, até porque as universidades têm cada vez mais disponibilidade para responder aos pedidos da indústria que em muito beneficia com o seu conhecimento, especialmente agora com todas as exigências de sustentabilidade do ponto de vista do consumo, da segurança e da higiene”.

Poupar água, gerir futuro

A tendência mundial é para um maior consumo de água e consequentemente para uma escassez da mesma, o que levanta questões ao nível do seu uso. A sua sustentabilidade e gestão no consumo são aspectos que preocupam o presidente da OLI. “A água é um bem escasso e sê-lo-á de forma crescente, porque a população consome cada vez mais [apesar de um terço não ter acesso a casas de banho seguras e com higiene], mas a disponibilidade da água é cada vez menor. Naturalmente, temos aqui um potencial conflito entre a oferta e a procura: a disponibilidade da água e as necessidades de consumo. Tentamos posicionar-nos do lado da racionalização, da sustentabilidade e da economia, desenvolvendo sistemas que cada vez consumam menos água e sejam mais amigos do ambiente e mais sustentáveis", refere.

Para reduzir o consumo de água, destacam-se as inovações - Azor Plus (permite poupar até 9 litros de água por dia e reduzir em 2% a fatura mensal) e AquaSave (sistema retardador de detecção e bloqueio de fugas lentas e rápidas, que fecha a válvula de enchimento do autoclismo). 

Por outro lado, há que pensar na componente económica. Para António Oliveira, “o impacto económico depende do preço da água. Um dos meios da racionalização do consumo da água depende da factura, porque aí as pessoas estão mais sensíveis. O consumo, em Portugal e por pessoa, anda na ordem dos 360 litros/dia [o duche e o autoclismo são os maiores consumidores]. Nós já conseguimos reduzir dos nove para os seis litros em descarga, e de quatro para três e meio litros para meia descarga, o que se traduz numa redução superior a 50% da economia da água em relação ao que acontecia anteriormente. Isto tem um impacto grande na factura do consumidor”.

É a pensar em todos estes factores com impacto na sociedade [desde a sustentabilidade à económica] que, na OLI, “quando começamos a pensar num produto, pensamos logo seja na racionalização da sua produção, seja nas consequências ao nível do consumo para o consumidor final. A preocupação com a sustentabilidade e a economia da água é constante em todo o processo”, salienta António Oliveira.

Por isso, e para o futuro, “em termos de estratégia e posicionamento, a nossa intenção é possibilitar que os consumos diminuam, que os autoclismos sejam mais eficientes e não contribuam para o problema da falta de água que ameaça o globo [é já um problema global]. Tentamos desenvolver sistemas que possibilitem minorar este problema e dar o nosso contributo da forma mais positiva possível”, assume.

A OLI acredita que a mudança do padrão de consumo de água “é um pequeno passo para o homem e um salto gigantesco para a humanidade”.