Sindicatos de professores preparam-se para manifestação se acordo falhar

Expectativas de eventual entendimento em torno da progressão dos docentes são baixas.

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Rui Gaudêncio

A contagem do cronómetro para que um eventual acordo entre os sindicatos de professores e o Governo pudesse ser traduzido numa proposta de alteração ao Orçamento de Estado para 2018 esgotou-se às 21 horas, mas no Ministério da Educação as negociações com as estruturas sindicais prosseguem a esta hora (meia-noite) sem que haja qualquer sinal de fumo branco.

Ao que o PÚBLICO apurou, as expectativas quanto à possibilidade de um acordo sobre as progressões de professores são muito baixas entre os sindicatos. Se não existir acordo, os sindicatos poderão anunciar, à saída da reunião, a realização de uma manifestação nacional de professores a ocorrer antes da votação global do OE, a 27 de Novembro.

Na lembrança está o grande protesto dos docentes que em 2008 reuniu mais de 100 mil nas ruas de Lisboa contra o modelo de avaliação aplicado pela então ministra Maria de Lurdes Rodrigues e também contra a divisão da classe entre professores titulares e não titulares, sendo que só os primeiros poderiam aceder ao topo. Esta separação acabou por ser revogada e também o modelo de avaliação foi expurgado das medidas que mais contestação suscitaram, como por exemplo a de que as notas dos alunos contassem para a classificação dos professores na sua avaliação.

No Parlamento, Bloco de Esquerda e PCP esperaram quase até às 21 horas (hora limite para a entrega de propostas) por um sinal das negociações com os sindicatos. Na sua ausência avançaram com as propostas de alterações ao OE que já tinham sido prometidas, visando a contagem do tempo de serviço dos docentes para efeitos de progressão. O PS optou por apresentar uma proposta para que no OE se escreva que esta questão se resolva em sede negocial.

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