Um pequeno salto mortal do Atlas, um grande passo para os robôs

O primeiro robô antropomórfico da Boston Dynamics, baptizado Atlas, ganhou novas capacidades. Consegue fazer acrobacias que a maioria dos humanos não é capaz.

Provavelmente já se nota o cansaço entre humanos de tanto aviso para a chegada dos robôs. Eles vão roubar-nos os empregos, eles vão fazer parte da vida quotidiana, eles, eles, eles... e, no entanto, parece que eles ainda vão ter muito que andar até serem aquilo que nos andam a prometer (ou a ameaçar).

Porém, os humanos cada vez mais cansados que abram os olhos e os ouvidos, porque... toc, toc, ouvem? É a realidade a bater à porta: já há robôs a dar saltos mortais, como se fossem ginastas olímpicos – ou quiça melhores que eles, já que não se cansarão tanto e o risco de falharem a aterragem parece inexistente, a acreditar no vídeo publicado na quinta-feira pela Boston Dynamics. 

Esta empresa, que nasceu no famoso Massachusetts Institute of Technology (MIT) no início da década de 90, desenvolve robôs desde a sua criação. Começou por desenvolver robôs em forma de animais – como o BigDog –, despertando com os resultados obtidos o interesse das grandes empresas tecnológicas, como o Google, que adquiriu a Boston Dynamics em 2013, através de uma subsidiária. No Verão de 2017, o Google (agora chamado Alphabet) vendeu a empresa ao grupo nipónico SoftBank – que esta semana foi notícia, porque está em negociações para adquirir uma fatia da mais valiosa startup do mundo, a Uber.

Dinheiro, portanto, não falta à empresa que, em 2016, apresentou o Atlas, um ágil robô antropomórfico, com quase 1,80m de altura e que conseguia, quando nasceu, fazer coisas que outros robôs, antes dele, não conseguiam – ou faziam, mas com dificuldade – como andar sobre superfícies instáveis sem cair. E com investimento garantido, a equipa continua a dar novos talentos ao Atlas, que mostra novas capacidades num vídeo acabado de divulgar – dá saltos para cima de uma caixa e para baixo, piruetas e saltos mortais à rectaguarda. Acrobacias que a maioria dos humanos não é capaz de fazer. Victor Ferreira