Teresa Salgueiro abre horizontes à “memória fundamental” da música portuguesa

Teresa Salgueiro volta a solo à mesma Aula Magna onde se estreou como voz dos Madredeus há trinta anos, em Lisboa, para apresentar O Horizonte e a Memória. Este sábado, 18 de Novembro, às 21h30.

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Teresa Salgueiro SUSANA PEREIRA
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Teresa Salgueiro num concerto dos Madredeus em 1994 PAULO PIMENTA
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Teresa Salgueiro num concerto dos Madredeus em 2004 (na guitarra, José Peixoto) PAULO PIMENTA

O disco chama-se O Horizonte, foi lançado em finais de 2016 e tem percorrido palcos um pouco pelo mundo: além de Portugal, Suíça, Itália, Espanha, Macedónia, Turquia, Taiwan. Teresa Salgueiro descreveu-o nessa altura, ao PÚBLICO, como “um louvor à simples maravilha de estar vivo”, estreando-o nos palcos da Casa da Música e do CCB.

Passado um ano, surgiu a oportunidade de actuar de novo em Lisboa e Porto (onde já se apresentou, em Setembro, na Casa da Música), mas ela não quis repetir o concerto. “Era muito cedo para fechar a tournée”, diz agora a cantora ao PÚBLICO, “porque ela ainda vai continuar, e eu queria introduzir a componente da memória de uma forma mais presente.” Essa componente já era abordada “ao de leve”, diz Teresa, no espectáculo Horizonte, com temas de Amália, de Carlos Paredes, de José Afonso ou do grupo de que foi voz, os Madredeus. “Mas eu tinha vontade, já há algum tempo, de fazer arranjos novos para outros temas, uns que já cantei e outros que nunca cantei, e construir assim uma certa narrativa de uma memória da música portuguesa, que para mim é fundamental e que oferece o retrato de uma certa forma de ser. Isto homenageando alguns autores e intérpretes que me inspiram muito.” Entre os temas que ela já tinha cantado, e agora regressam, estão Acordai, de Fernando Lopes-Graça, e Por este rio acima, de Fausto Bordalo Dias. Quanto aos outros, prefere que seja surpresa.

30 anos de Madredeus

“Introduzi também mais dois ou três temas dos Madredeus, porque o primeiro disco [Os Dias da MadreDeus, 1987] faz 30 anos este ano e eu vou pisar outra vez o mesmo palco da Aula Magna onde me estreei com os Madredeus há três décadas.” E há outro factor interessante, diz Teresa: “Por uma série de circunstâncias, falei com o José Peixoto, com quem já não partilho o palco há onze anos, e ele vai estar em todo o espectáculo. Isso também está a ser muito motivador, é uma alegria este reencontro com ele.” Além de José Peixoto (guitarra), estarão com Teresa Salgueiro (voz) na Aula Magna, na noite de sábado 18 de Novembro, Rui Lobato (bateria e percussões), Óscar Torres (contrabaixo) e Nélson Almeida (acordeão).

Um novo disco ainda não está nos planos imediatos da cantora. “Há-de haver um outro disco de originais, que não está ainda a ser feito. Já tenho ideias e já há músicas que eu quero fazer. A verdade é que ao longo deste processo de viagem nos vamos cruzando com pessoas e há ideias que vão surgindo. Há-de ser um disco de originais, mas depois há outras ideias. Sinto que há coisas que quero fazer, não sei ainda exactamente o quê.”

A coincidir com este concerto, Teresa Salgueiro lançou no Youtube um novo vídeo do seu disco. Filmado parcialmente em São Paulo, A Cidade vem assim juntar-se ao anterior Horizonte.

NOTA: Por lapso, foi indicado inicialmente neste texto que o concerto se realizaria sexta-feira quando, na verdade, se realiza sábado.

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