Joselia Aguiar volta à curadoria da FLIP “com muita literatura”

A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) vai acontecer de 25 a 30 de Julho do próximo ano no Brasil.

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Josélia Aguiar na abertura da Festa Literária Internacional de Paraty no Verão passado no Brasil Walter Craveiro

Joselia Aguiar vai manter-se como curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que vai acontecer de 25 a 30 de Julho do próximo ano no Brasil, divulgou a Associação Casa Azul em comunicado.

A edição deste ano foi marcada por uma maior participação de mulheres, de escritores negros e teve como autor homenageado Lima Barreto (1882-1922). E teve a participação dos portugueses Joana Gorjão Henriques (jornalista do PÚBLICO e autora do livro Racismo em Português — O Lado Esquecido do Colonialismo, co-edição da Tinta-da-China, do PÚBLICO e da Fundação Manuel dos Santos); de Djaimilia Pereira de Almeida, autora de Esse Cabelo (Ed. Teorema), o escritor e tradutor Frederico Lourenço, cuja tradução da Bíblia está a ser publicada no Brasil, o escritor e rapper angolano Luaty Beirão e Pilar del Río, presidente da Fundação José Saramago, que em conjunto com a Fundação Casa de Jorge Amado se estreou na FLIP com uma programação própria na Casa Amado e Saramago, no centro histórico de Paraty.

No comunicado, a jornalista brasileira que desde 2011 está a trabalhar na biografia do escritor Jorge Amado (1912-2001) diz que o seu segundo ano será, outra vez, marcado pela mesma “pesquisa ampla em busca de novas vozes, modos de ver e construir narrativas, combinar linguagens e inventar sentidos.”

Ao PÚBLICO, por email, explicou que é “a FLIP 2018 será diferente”, porque acha que “nunca se deve repetir, criar fórmulas ou fazer automaticamente”.

Assegurou que “o que será igual é a pesquisa ampla de repertório, de modo a ter autores e autoras brancos, negros, de pequenas e grandes editoras, de muitas partes do país e do mundo.”

Sobre a hipótese de Torcato Neto (1944-1972), o poeta, letrista e jornalista ligado à contracultura e ao movimento Tropicalista poder vir a ser o próximo homenageado respondeu: “Não vamos antecipar nomes. Esses suspenses são parte da FlIP”.

Em dias conturbados como os de hoje, Joselia Aguiar ressalta no comunicado que não se pode prescindir de abrir espaços para ver, ouvir e ler. “Mais do que nunca é preciso aproximar o leitor da literatura e da arte, para tornar nosso ar mais arejado, ampliar nosso horizonte e aprofundar o entendimento das pessoas e do mundo”.

E ao PÚBLICO disse que certamente irão ter “as formas híbridas - que chamamos em 2017 de ‘frutos estranhos’ - em formatos diferentes. Vamos continuar a pensar em mesas com dinâmicas novas, constituindo pares e trios inusitados. Será mais uma vez uma FLIP com muita literatura.”

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