Músico dos Kiss banido da Fox News por "conduta inapropriada"

O canal acusa o músico Gene Simmons de interromper uma reunião de funcionários, mostrar o tronco desnudo e contar piadas consideradas obscenas sobre Michael Jackson.

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Gene Simmons não poderá voltar a qualquer programa da Fox News Reuters/MARIO ANZUONI

Gene Simmons foi banido da Fox News, depois de o acusar de ter insultado os funcionários do canal, noticia o Daily Beast. O baixista e vocalista dos Kiss iria aparecer em dois programas (Fox and Friends e Mornings With Maria), para promover o seu livro On Power.

De acordo com uma fonte da Fox News que terá falado com o mesmo jornal, o incidente aconteceu na quarta-feira, depois de uma entrevista do cantor no programa Fox and Friends da Fox Business. Ao chegar ao 14.º andar do edifício da estação, onde se encontra a área dedicada aos conteúdos de entretenimento, manifestou uma "conduta inapropriada", diz o canal, que acusa o músico de ter entrado sem autorização numa reunião de funcionários e de gritar “Hey miúdas, processem-me”, enquanto desabotoava a camisa exibindo o peito e a barriga.

Gene Simmons contou ainda piadas sobre Michael Jackson e pedofilia, e "ofendeu a inteligência de dois funcionários", batendo com o livro nas cabeças dele, relata o Daily Beast. O "comportamento inapropriado" valeu-lhe uma expulsão do edifício e a proibição de voltar a programas da Fox News. O artista e os seus representantes ainda não comentaram o sucedido.

Na entrevista que deu no programa Fox and Friends, e que já não será exibida, Simmons condenou o comportamento de Harvey Weinstein, quando questionado sobre o escândalo sexual que envolve aquele ex-produtor cinematográfico, dizendo que “os homens são uns idiotas” e atribuindo a culpa à testosterona.

Noutra entrevista, Simmons tinha defendido que todos os “idiotas” devem ser presos por serem “impróprios”. No entanto, outra controvérsia colocou o vocalista dos Kiss sob escrutínio, quando disse recentemente que as mulheres tinham de escolher entre constituir família ou comprometer-se com a carreira profissional, noticiou o diário inglês Guardian.

Esta drástica decisão da Fox News está a ser vista como uma tentativa de a estação limpar um pouco a sua imagem e reputação, manchada pelo escândalo sexual que envolveu o ex-apresentador Bill O’Reilly, uma das caras mais conhecidas da Fox e que foi acusado por mulheres de conduta imprópria.

O apresentador foi afastado em Abril, após alegações de que teria comprado o silêncio de cinco mulheres que o acusaram de assédio sexual, com acordos secretos que envolveria o pagamento de 13 milhões de dólares. Em Outubro foi revelado outro pagamento de 32 milhões de dólares.

Apesar de a Fox saber dos rumores e casos, renovou o contrato do apresentador no início de 2017, mas cancelou o vínculo depois de os acordos secretos terem sido revelados na imprensa.

Outro caso a manchar a Fox News foi o que levou à demissão do presidente e CEO do canal, Roger Ailes, em Julho de 2016, no seguimento de acusações de assédio sexual.

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