Carlos do Carmo e Raquel Tavares num concerto de gerações no Campo Pequeno

Duas vozes de diferentes gerações mas cúmplices no fado vão partilhar este sábado um mesmo palco: Carlos do Carmo e Raquel Tavares. No Campo Pequeno, em Lisboa, às 21h30.

Carlos do Carmo e Raquel Tavares

Carlos do Carmo convidou-a para o seu disco Fado é Amor, onde gravou duetos com vários fadistas das novas gerações, em 2013. E Raquel Tavares, que nesse disco cantou com ele O que sobrou de um queixume, tem vindo a partilhar com ele diversos palcos. Agora, devido a um convite, juntam-se num espectáculo que encerrará as comemorações dos seus 125 anos de história do Campo Pequeno. Será este sábado, dia 18, pelas 21h30, e Raquel diz ao PÚBLICO que vai ser “muito especial.”  

“Tendo em conta que são gerações muito diferentes”, diz a fadista, “o que vai acontecer ali não foi feito até hoje. Porque há sempre aquela coisa de cantar primeiro a nova geração e depois os antigos e nós vamos quebrar essa regra, porque o Carlos do Carmo assim o achou. Quis fazer diferente.” Da parte dele não é a primeira vez, note-se. Já em 2013, quando lhe propuseram fazer um disco de duetos com “grandes vozes do mundo”, ele preferiu, como afirmou na altura ao PÚBLICO, cantar com “miúdos”, escolhendo grandes vozes do fado das novas gerações e fazendo-os acompanhar por grandes músicos seus contemporâneos. Foi daí que nasceu, a contracorrente, o disco Fado é Amor.

Agora, Carlos do Carmo e Raquel Tavares vão partilhar o palco do Campo Pequeno sem olhar a hierarquias: cantarão separados, tal como cantarão juntos, mas o palco é dos dois. “Vai ser um concerto com uma dinâmica muito especial”, diz Raquel, que por estes dias anda “entre Carlos”, por sinal ambos de grandes ribaltas: canta com Carlos do Carmo e lança, no dia 24, um disco só com canções de Roberto Carlos, projecto cuja ideia nasceu no Brasil e ela apaixonadamente abraçou.

Carlos do Carmo e Raquel Tavares têm 45 anos de diferença: ele nasceu na Mouraria, em 21 de Dezembro de 1939; e ela nasceu no Alto do Pina em 11 de Janeiro de 1985, filha de um casal bairrista, a mãe do Bairro Alto e o pai da Mouraria, precisamente onde nasceu Carlos do Carmo. Mas o que os une em palco, saltando a barreira geracional, é o fado. “Será”, diz Raquel, “um concerto a dois. Com o palco partilhado, sempre.” Por eles e pelos músicos que os acompanham e estarão sempre em palco: da parte de Carlos do Carmo, José Manuel Neto, Carlos Manuel Proença e Marino de Freitas; da parte de Raquel, André Dias, Bernardo Couto, Daniel Pinto e Fred Ferreira.

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