“Revisão das portagens” não será descartada, assume ministro adjunto

Siza Vieira diz que abandono do interior é uma oportunidade grande, porque dimensão da tragédia mostrou que é um problema de todos e não só de quem lá vive.

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Siza Vieira é o sucessor de Eduardo Cabrita Nuno Ferreira Santos

Era 10 horas de 42 minutos quando Pedro Siza Vieira, o novo ministro adjunto de António Costa, começou a discursar pela primeira vez na Assembleia da República, praticamente um mês depois de tomar posse. “Sinto-me particulamente honrado, dado que é a primeira vez que intervenho nesta Assembleia e nesta sala. Ficará na minha memória, espero que por boas razões”, disse o ministro.

Logo na primeira resposta, a um deputado do PSD, o ministro admitiu baixar os preços das portagens do interior para empresas, como forma de aumentar a competitividade das zonas mais periféricas. “Nenhum instrumento será descartado. Nem a revisão das portagens nas vias rodoviárias do interior será descartada”, disse. Foi a primeira notícia da sua audição na Comissão de Orçamento e Finanças. Mais tarde, referiu que é preciso “inverter o ciclo” de perda de população do interior e que para isso o Governo usará várias ferramentas: “A ferramenta fiscal, as portagens, a localização de serviços públicos vão contribuir para o início da inversão desta situação.”

Sobre esta situação acabou por deixar um elogio indirecto a Assunção Cristas, dizendo que nos últimos anos houve “iniciativas interessantes” no campo da agricultura que contribuíram para fazer regressar população ao interior e que “essas são políticas que têm de ser continuadas”.

Na introdução, Siza Vieira tinha demonstrado uma certa necessidade de explicar que tarefas a orgânica do Governo reservou para o seu ministério – já que Eduardo Cabrita, o seu antecessor, levou consigo para a Administração Interna todas as pastas que tutelava.

“As funções do ministro adjunto na orgânica do Governo são peculiares”, assumiu o governante, explicando de seguida que a sua principal responsabilidade é acompanhar medidas interministeriais e alguns programas como o Capitalizar, o Interface, parte do Internacionalizar ou a Unidade de Missão para a Valorização do Interior (que inclui o programa de revitalização do Pinhal Interior na sequência dos incêndios deste Verão).

Em 12 minutos de intervenção, Siza Veira explicou os seus dois focos “motivadores e interpelantes”: reforçar a competitividade da economia e levar a cabo uma estratégia de desenvolvimento do interior. “Não se pode pensar na competitividade da economia sem coesão social”, defendeu.

A atracção de empresas para o interior será uma prioridade. Como prova dessa aposta no investimento, o ministro anunciou também que estão a ser desenvolvidas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros em conjunto com a AICEP “acções de investimento estrangeiro dirigido ao interior”. A primeira dessas acções está marcada para o dia 24 de Novembro, em Santa Comba Dão.

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