Sonae diz que parceria com Isabel dos Santos na Nos é "exemplar"

Mudanças na Sonangol “podem estimular um debate" sobre posição no BCP, diz o Caixabank/BPI.

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Sonae Isabel dos Santos aliaram-se na Nos através da Zopt Mário Pereira

A parceria da Sonae com Isabel dos Santos na Nos é "exemplar" e para manter, de acordo com declarações à Reuters do Chief Corporate Center Officer (CCCO) do grupo, Luís Reis. "É uma parceria irrepreensível. Os parceiros sempre estiveram muito alinhados", afirmou Luís Reis.

"É uma parceria que tem sido exemplar do ponto de vista do alinhamento estratégico entre os parceiros e portanto não vemos qualquer para que isso se altere", vincou o CCCO da Sonae, no dia seguinte ao da exoneração de Isabel dos Santos do cargo de presidente da Sonangol por parte do novo Presidente de Angola, João Lourenço.

A Sonae (grupo dono do PÚBLICO) e Isabel dos Santos uniram-se através de uma empresa, a Zopt, detida a 50% por cada uma das partes, através da qual detém a maioria do capital da Nos. Por sua vez, Isabel dos Santos é dona de 70% da Zap, operadora de televisão por satélite em Angola, cabendo à Nos os outros 30%.

Em 2015, conforme recorda a Reuters, Isabel dos Santos e a Sonae rasgaram uma parceria de quatro anos para o retalho alimentar em Angola, com a Sonae a vender a sua posição numa "joint-venture" naquele mercado à empresária, que por sua vez lançou a rede de supermercados Candando. Depois disso, a Sonae entrou presença no retalho alimentar em Moçambique associado à Satya Capital e, segundo afirmou Luís Reis à Reuters, está a sondar investimentos noutros países africanos.

Incógnita no BCP

Esta quinta-feira, CaixaBank/BPI referiu, através da sua análise diária, que as mudanças na Sonangol “podem estimular um debate no mercado em relação a qualquer mudança potencial na estratégia da empresa relacionada ao seu portfólio de investimentos financeiros".

A petrolífera estatal angolana é dona de 15% do capital do banco liderado por Nuno Amado, o que a torna no segundo maior accionista (os chineses da Fosun são donos de 25%).

A análise emitida pelo banco, e citada pela Reuters, diz também que "a estabilidade da holding Amorim Energia tem sido uma fonte de incerteza há já algum tempo e isso [demissão de Isabel dos Santos] deverá alimentar novamente a especulação que, em última instância, poderá aumentar o ângulo” de fusões e aquisições da Galp.

Neste caso, Isabel dos Santos é dona de 45% da Esperaza, cabendo 55% à Sonangol, A Esperaza, por sua vez, detém 45% da Amorim Energia, cabendo a maioria do capital às herdeiras de Américo Amorim, com destaque para Paula Amorim, actual presidente do conselho de administração da petrolífera portuguesa. A Amorim Energia é o maior accionista da Galp, com 33% do capital.

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