Portugal é dos mais bem classificados em ranking de alterações climáticas

O Índice de Desempenho das Alterações Climáticas 2018 coloca Portugal em 15.º, três lugares acima da União Europeia como um todo. Dados são de 2015 e são apresentados nesta quarta-feira.

Foto
Apesar de bem classificado, Portugal ainda consome poucas energias renováveis comparativamente a energia primária ADRIANO MIRANDA

Portugal está no 15.º lugar no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (Climate Change Performance Index — CCPI), um nível considerado dos mais altos por este instrumento que tem como objectivo melhorar a transparência das políticas climáticas internacionais.

O ranking que analisa 56 países, a partir de dados de 2015, é apresentado em Bona na manhã desta quarta-feira, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. Além disso, comparativamente com a União Europeia como um todo, Portugal ficou três lugares acima.

Elaborado pela organização alemã German Watch, pela Rede Internacional de Acção Climática e o NewClimate Institute, o CCPI tem como objectivo fazer pressão sobre os países que não adoptaram “medidas ambiciosas” para a protecção climática comparando os que são responsáveis por mais de 90% das emissões globais de gases de efeito estufa.

Apesar de ter ficado em 18.º lugar em termos globais, na prática, Portugal ficou em 15.º porque, segundo a organização, nenhum país fez o suficiente para prevenir os impactos das alterações climáticas e os três primeiros lugares não foram atribuídos a nenhum. No 1.º lugar (ou 4.º) ficou a Suécia, seguida da Lituânia e de Marrocos. Em último ficou a Arábia Saudita e no topo dos piores ficaram países como os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália.

A avaliação é feita com base em dados fornecidos pela Agência Internacional de Energia sobre níveis e tendências de emissões respeitantes a 2015, o último ano disponível, de acordo com a associação portuguesa Zero. Nessa análise conta ainda, em cerca de 20%, a avaliação feita por cerca de 300 peritos sobre o desempenho de políticas climáticas à escala nacional e internacional, informa o site do CCPI.  

Quantidade certa de energia mas pouca renovável

Segundo a Zero, que faz parte da Rede Internacional de Acção Climática, Portugal ficou bem classificado por aspectos positivos como o facto de os portugueses já usarem a quantidade certa de energia (com um consumo per capita em consonância com o requerido para assegurar um aumento de temperatura bastante abaixo dos 2ºC), o Governo ter como objectivo que o país seja neutro em carbono em 2050 e ser dos países, à escala europeia, que maior ambição tem demonstrado relativamente às metas a cumprir sobre eficiência energética e energias renováveis.  

Quanto aos aspectos negativos destacados, as estatísticas mostram que Portugal já deveria ter menos emissões de gases com efeito de estufa per capita e que a percentagem de energias renováveis é reduzida (apenas 22,6%) quando comparada com o total de energia primária consumida, “longe do objectivo necessário para impedir um aumento de temperatura abaixo dos 2ºC”.

Segundo a Zero, o índice deste ano não permite comparar o anterior, em que Portugal ficou no 8.º lugar, por ter existido uma “extensa reformulação” na forma como é feito.

Sugerir correcção
Comentar