"Dificilmente dará para comprar um par de alfaias agrícolas" com 1053 euros, diz PSD

No dia em que passa um mês sobre pior dia do ano, em matéria de incêndios, o PSD andou pelas áreas ardidas.

Várias empresas de Tondela sobrevivem em instalações provisórias até serem reerguidas
Fotogaleria
Várias empresas de Tondela sobrevivem em instalações provisórias até serem reerguidas LUSA/PAULO NOVAIS
A empresa de reciclagem Tratris, em Tondela,  ficou reduzida a um monte de lixo destruída pelo incêndio de 15 de Outubro
Fotogaleria
A empresa de reciclagem Tratris, em Tondela, ficou reduzida a um monte de lixo destruída pelo incêndio de 15 de Outubro LUSA/PAULO NOVAIS

O líder do grupo parlamentar do PSD, Hugo Soares, considerou esta quarta-feira que o Governo se tem esquecido das pessoas que se dedicavam a uma agricultura de complementaridade, antes de terem sido atingidas pelos incêndios de 15 de Outubro.

"O Governo tem-se esquecido dessa gente e parece-nos que, aquilo que são as respostas que encontrou, são demasiado burocráticas e exíguas do ponto de vista financeiro. Estamos a falar de 1.053 euros e dificilmente dará para comprar um par de alfaias agrícolas", observou Hugo Soares.

No final de uma reunião com o presidente da Câmara de Tondela, um dos concelhos fustigados pelos incêndios do mês passado, Hugo Soares sublinhou ainda que estas pessoas, que não tinham uma agricultura profissional, mas também já não tinham apenas uma agricultura de subsistência, referindo que são essencialmente idosos, sem acesso a computadores e internet.

"A necessidade de essas pessoas terem de preencher electronicamente novas fichas, para poderem agora aceder a apoios, depois de terem declarado prejuízos, parece-nos manifestamente burocrático. Por outro lado, o facto desses pedidos de apoio terminarem o seu prazo já durante o mês de Novembro", sustentou.

Aos jornalistas, Hugo Soares avançou que o grupo parlamentar do PSD irá apresentar um projecto de resolução com carácter de urgência, que preveja o aumento desse prazo e que facilite as regras burocráticas, tendo em conta o público-alvo.

"Vamos procurar também um reforço no apoio financeiro a essa gente porque é, de facto, muito exíguo e não chega para corresponder às necessidades das pessoas", acrescentou.

Ainda em matéria de apoios, na sequência dos incêndios, o líder parlamentar social-democrata lembrou que apresentaram várias iniciativas na proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2018.

"Iniciativas essas que vão ao encontro do apoio às famílias, como seja a isenção do IMI no ano 2017 e 2018 relativamente às habitações afetadas pelos incêndios, na entrega de contribuições à Segurança Social para as empresas que perderam mais de 20% dos seus activos", apontou. Ao Governo deixou o pedido para que seja "expedito nas respostas" e que possa "acolher as sugestões do PSD".

"Parece muito importante que neste Orçamento do Estado, sobretudo nesta matéria, o Governo seja capaz de olhar para as propostas pelo mérito e não numa lógica de 'partidarite' e de tentar sempre chumbar as propostas do maior partido da oposição. Que possa aproveitar o que nós fizemos e que vai ao encontro das reais necessidades da população", concluiu.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários