Portugal investe 20 milhões de euros por ano na Agência Espacial Europeia

Ministro da Ciência diz que o retorno para o país é o dobro do que é investido.

Foto
Benoit Tessier/Reuters

Portugal investe anualmente na Agência Espacial Europeia (ESA) cerca de 20 milhões de euros e o retorno desse investimento cifra-se em 40 milhões, disse esta quarta-feira em Coimbra o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Manuel Heitor.

“É um investimento que vale a pena, que cria emprego e é um sinal claro que investir no conhecimento cria novos mercados. Temos é que fazer mais, hoje o espaço abre novas oportunidades sobretudo associadas às novas indústrias do espaço”, disse aos jornalistas Manuel Heitor à margem da comemoração do 3º aniversário do centro de incubação da Agência Espacial Europeia (ESA BIC Portugal).

O governante afirmou que em 12 anos, até 2030, o Governo pretende que a taxa de retorno do investimento aumente dos actuais 40 milhões de euros para 400 milhões e, para isso, está a desenvolver uma nova estratégia para aumentar a facturação do sector do espaço, indicou.

A partir de Janeiro de 2018, o Governo pretende abrir “mais oportunidades de projectos e de investimentos”, nomeadamente na área da miniaturização de satélites “uma área onde Portugal pode desenvolver novas ideias”, disse o ministro.

Durante a sessão, ao falar no investimento em Portugal na área da tecnologia espacial, Manuel Heitor avisou que, se no país, o retorno comercial é o dobro, “é pouco” comparado com Espanha (15 vezes mais) e Alemanha ou França (80 vezes mais).

A ESA BIC Portugal, liderada pelo Instituto Pedro Nunes (IPN) e com pólos no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e na agência DNA Cascais, apoiou até agora 16 empresas e 56 postos de trabalho, com uma capacidade de exportação de 40% e um retorno anual de quase 900 mil euros em 2016, segundo informação disponibilizada pela instituição.

Seis empresas que integraram o programa de incubação passaram à fase de maturidade e agora foram apresentadas cinco novas startups que passarão a integrar o programa de apoio, criado para empresas que aplicam tecnologia espacial em áreas como a saúde, energia, transportes, segurança e vida urbana.

Na sessão, o holandês Niels Eldering, que está há 15 anos ligado ao programa do centro de incubação da ESA a nível europeu, considerou que Portugal “é um dos membros mais empreendedores” daquela entidade. “Os empreendedores portugueses destacam-se pela persistência, não desistem.”

Sugerir correcção
Comentar