Trump é “volátil” e por isso Senado debateu os poderes nucleares do Presidente

Há 40 anos que o Congresso não se debruçava sobre o assunto.

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JONATHAN ERNST/Reuters

Pela primeira vez em 40 anos, o Congresso dos EUA debateu ontem a autoridade do Presidente para lançar um ataque nuclear. A decisão surgiu depois de o presidente da comissão de Relações Internacionais do Senado, o republicano Bob Corker, ter acusado Donald Trump de ter posto o país “na rota da III Guerra Mundial” por causa da Coreia do Norte.

A última vez que o Congresso debateu este poder presidencial foi em 1976. “Estamos preocupados por o Presidente ser tão instável, tão volátil, por ter uma forma de tomar decisões tão quixotesca que possa ordenar um ataque com armas nucleares que não é claramente do interesse da segurança nacional”, disse o senador Chris Murphy (democrata), citado pela BBC.

Os senadores também quiseram saber o que aconteceria no caso de Trump ordenar um ataque nuclear. Robert Kehler, que chefiou o Comando Estratégico dos EUA, explicou que a pessoa que ocupa aquele cargo executa as ordens do Presidente, desde que sejam legais — o que levou os senadores a questionar quais os preceitos que tal ordem teria de cumprir.

Outra questão que se colocou: se o Presidente ordenar um ataque preventivo, alguém o pode impedir? A resposta é não, segundo adianta a AP, que diz que nem o Congresso, nem o secretário da Defesa, nem os militares o podem proibir. Todos são obrigados a executar a ordem. O historiador Alex Wellerstein disse à AP esperar que este debate “ilumine” aspectos dos poderes presidenciais “que precisam realmente de ser conhecidos e discutidos”.     

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