Lugares Património da Humanidade quer prolongar estadias na região Centro

Projecto de promoção de monumentos classificados pela UNESCO quer ligar Coimbra, Batalha, Tomar e Alcobaça.

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Daniel Rocha / PUBLICO

A região Centro tem 2,2 milhões de euros para investir na promoção dos seus monumentos classificados como património da Humanidade pela UNESCO. A Universidade, Alta e Sofia, em Coimbra, o Mosteiro da Batalha, Convento de Cristo, em Tomar e o Mosteiro de Alcobaça vão trabalhar em rede para servir de âncora a uma região que quer que os turistas nela permaneçam durante mais tempo.

Os locais vão ter a ligá-los a programação cultural, iniciativas educativas, produtos comerciais e uma linha de comunicação. A cerimónia de assinatura do projecto decorreu na Sala dos Capelos nesta segunda-feira, em Coimbra, sendo que a iniciativa que promove o património da região conta com financiamento comunitário de 2,2 milhões de euros através do programa Centro 2020.

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa explica que foi tomada a opção de gastar a maior fatia do investimento no trabalho em rede entre os quatro lugares. “O turismo em Portugal vive um momento bom, mas há ainda muito trabalho a fazer”, disse. Com o Lugares Património Mundial, o objectivo é aproveitar a onda e aumentar a taxa média de estadia na região Centro.

Pedro Machado, do Turismo do Centro de Portugal, entende que isso pode ser feito através da cultura como eixo turístico. Uma meta que se torna mais complexa de atingir, uma vez que os incêndios florestais que assolaram a região este ano diminuíram o potencial de atractividade do Centro como destino de turismo de natureza.

A directora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro, referiu isso mesmo. “Se não nos valermos de tudo aquilo que temos de bom”, como os monumentos e o património da Humanidade, “então a Região Centro passa a ser um deserto”. Por isso, entende Pedro Machado, “nunca foi tão oportuno que este projecto fosse lançado”.

Mas o Lugares Património do Centro não tem apenas como objectivo qualificar a experiência de quem visita os monumentos. O responsável pelo Turismo do Centro refere o projecto como sendo um “instrumento de coesão”, unindo territórios que vão do Médio Tejo a Coimbra.

A componente educativa do projecto pretende abrir o património às escolas através da qualificação das visitadas guiadas ou encenadas com fins pedagógicos, da abertura de um portal de entrada comum nos quatro lugares ou da realização de um projecto editorial que resulte em cadernos que sirvam de suporte às visitas.

Também está previsto o lançamento de um cartão que agregue informação e que dê acesso aos monumentos de Coimbra, Alcobaça, Batalha e Tomar. Para além de trabalhar a componente turística e a educação, o projecto vai apoiar iniciativas culturais, à semelhança de o que já acontece com a o Anozero, a bienal de arte contemporânea de Coimbra.

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