A Birmânia é o país mais bondoso do mundo, Portugal o 104.º

No Dia Mundial da Bondade, este ainda não é um indicador em que Portugal se destaque. É o que diz Índice Mundial de Bondade, que nos coloca fora dos 100 países mais generosos.

A Birmânia lidera o ranking dos países mais bondosos do mundo
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A Birmânia lidera o ranking dos países mais bondosos do mundo Soe Zeya Tun/Reuters
No segundo lugar está a Indonésia
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No segundo lugar está a Indonésia Beawiharta/Reuters
O Quénia ocupa o terceiro lugar
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O Quénia ocupa o terceiro lugar Finbarr O'Reilly/Reuters

Afinal, os portugueses são bondosos ou não? O Índice Mundial de Bondade da Fundação para a Ajuda e Caridade (CAF, na sigla em inglês) descobriu que não ficamos sequer na lista dos cem países mais bondosos do mundo. Portugal fica-se pelo 104.º lugar, numa lista liderada pela Birmânia (campeã pelo quarto ano consecutivo), Indonésia e Quénia. No entanto, as principais conclusões do relatório apontam para uma diminuição da bondade, sendo que África é o único continente que cresce na vontade de ajudar os outros.

A medição de quão bondosos são os países foi feita com base em três parâmetros: ajudar um estranho, doar dinheiro ou tempo para a caridade e trabalho voluntário. Portugal desceu 26 posições no ranking que avalia 139 países. Nos questionários que foram feitos - que perguntavam se, no último mês, os inquiridos tinham cumprido algum dos três critérios -, apenas 14% dos portugueses doaram dinheiro e 17% fizeram voluntariado. No entanto, quase metade afirmou ter ajudado um estranho.

Este índice procura responder “às questões sobre os locais" onde é mais provável que as pessoas se envolvam "em actividades sociais e para defender o crescimento da bondade global”, esclarece o relatório. No entanto, no Dia Mundial da Bondade, celebrado a 13 de Novembro, as perspectivas não são as melhores. O relatório mostra que só 13 países viram as pontuações nestes critérios aumentarem entre 2016 e 2017 - Bósnia, Macedónia, Gana, Zâmbia, Equador, Libéria, Tajiquistão, África do Sul, Zimbabwe, Honduras, Serra Leoa, Tunísia e Quénia.

No próprio relatório desenvolvido pela CAF há uma chamada de atenção: “É importante relembrar que o Índice Mundial de Bondade apenas mede as actividades de caridade da generalidade da população de um país e não tem em conta outros assuntos que afectem a sociedade." Isto porque a liderança da Birmânia, pelo quarto ano consecutivo, poderia ser questionada em virtude das acusações de perseguição à comunidade rohingya naquele país asiático.

As diferenças entre os países desenvolvidos, em transição e em desenvolvimento ainda são notórias. Apesar de a quebra ser maior na bondade dos países desenvolvidos, ainda são estes que marcam a lista dos 20 países com maior pontuação nos três critérios definidos, com a Nova Zelândia, Estados Unidos da América, Austrália e Canadá a ocuparem os lugares logo após o pódio.

No fundo da tabela, o Iémen, a China e a Lituânia são os países em que as populações têm menor disponibilidade para ajudar um estranho, doar dinheiro ou tempo e fazer voluntariado.

Considerado “o principal estudo mundial sobre generosidade”, todos os indicadores mostram uma descida nesta análise, desenvolvida a partir de uma amostra que, na generalidade, envolveu 1000 questionários – juntando mais de 146.000 pessoas inquiridas.  

Texto editado por Sandra Silva Costa

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