Uma lunch box ou uma tosta com flores?

O Quintal d’Santo Amaro tem pouco mais de um mês de existência e tem comida vegetariana e vegana.

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A ideia de abrir um espaço de cozinha vegetariana ou vegana andava na cabeça de Larissa Abbud e Joana Agostinho há já algum tempo. As duas amigas conheceram-se quando Larissa trocou o Brasil, onde tinha uma empresa de catering, por Portugal para fazer um mestrado em Ciências Gastronómicas. Mas foi só quando encontraram este espaço de uma antiga mercearia, pequeno mas muito acolhedor, no número 6B da Rua de Santo Amaro, em Lisboa, que decidiram avançar.

“No Brasil eu não fazia comida vegana”, conta Larissa, mas em Portugal achou que “não havia uma comida vegetariana completa”. Nos espaços onde comeu, pareceu-lhe que “as refeições eram pouco completas em termos nutricionais”. Por isso, no recém-aberto Quintal d’Santo Amaro (tem pouco mais de um mês de existência) a proposta é uma box de almoço com uma refeição completa.

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“A gente acredita que o prato é interessante pela sua composição”, diz Larissa, com um grande sorriso. “Tem sempre um cereal, que pode ser arroz, quinoa, couscous, uma proteína, que pode ser um bolinho de grão de bico, um hambúrguer de feijão com beterraba, legumes e um puré para compor as texturas. Muita gente acha que comida vegana é só saladas, mas não é assim, é muito importante ter as diferentes texturas, por isso uso muito também os frutos secos.” (Uma box, que inclui, além do prato, sopa, sumo ou sobremesa custa 13,50 euros, a fórmula sopa, tosta e sumo ou sobremesa fica por 8 euros.)

Decidiram que o espaço seria não apenas vegetariano mas vegano (embora Larissa não o seja, comendo, ainda que muito raramente, carne e algum peixe, sobretudo polvo, que adora). No entanto, não pode comer nada com leite, o que a levou, há já muitos anos, a encontrar alternativas. Aqui consegue explorar uma das coisas que mais gosta: “Queria muito fazer sobremesas veganas, poder usar estes ingredientes e transformá-los numa coisa gostosa e muito atraente. Faço, por exemplo, mousse de chocolate vegana com água de grão de bico a substituir as claras de ovo, faço tartes com base de frutos secos, tâmaras e castanhas de caju que uso também para fazer maionese vegana.” Por isso, no Quintal há sempre, para além da sobremesa do dia, bolos caseiros e cookies.

“O meu maior desafio não é fazer um cardápio vegano, estou muito habituada a isso. O desafio é aqui não ter fogão, só forno.” A única coisa que não é feita no espaço é a sopa, tudo o resto é feito sem fogão. Todos os dias há, para além da box, tostas, muito bonitas, barradas por exemplo com um queijo de beterraba e decoradas com flores comestíveis, além de sumos e os bolos.

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Apesar de a ideia ser levar a box para comer no trabalho ou em casa (tem havido também uma grande procura pelo serviço de catering), muitos clientes optam por comer num dos seis lugares sentados do Quintal e ficar um pouco à conversa com Larissa, que sente que cada vez mais “os portugueses estão a achar legal” este tipo de alimentação. “É um processo que está a acontecer.”

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