Legionella: número de mortos sobe para quatro

Número de infectados aumentou para 44.

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nelson garrido

Há mais duas vítimas mortais do surto de Legionella em Lisboa, o que eleva o balanço para quatro mortes, anunciou nesta sexta-feira a Direcção-Geral de Saúde (DGS).

Depois de ao início da manhã ter anunciado a morte de uma mulher de 68 anos, que já tinha outros problemas de saúde e que morreu na noite de quinta-feira, a DGS anunciou  às 12h30 que houve uma quarta vítima mortal, já nesta sexta-feira. O número de doentes contaminados subiu entretanto para 44. No total, seis doentes continuam ainda internados em Unidades de Cuidados Intensivos.

O relatório mais recente da DGS traça um perfil aos doentes infectados, todos eles já com doenças crónicas existentes. Detalha a DGS que 26 doentes são do sexo feminino. Já em matéria de idades, sabe-se que 31 pessoas têm mais de 70 anos.

De acordo com a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, o contágio deu-se por contacto com o Hospital S. Francisco Xavier, mas está a ser investigado o momento em que a infecção terá acontecido. "Vamos investigar se[a vítima mortal] já estava internada ou se foi num contacto com o hospital antes do internamento", explicou.

O número de pessoas infectadas subiu entretanto para 44, mas a responsável explica que tudo indica que as medidas tomadas no dia 4, de choques térmicos e químicos nas torres de arrefecimento, permitiram eliminar o foco do surto. "Se correr como até agora — poderão aparecer alguns casos esporádicos — daremos dentro de poucos dias o surto como controlado".

Três pessoas foram infectadas na quinta-feira, adiantou a agência Lusa, citando a directora-geral da saúde, que sublinhou que três doentes já tiveram alta e que, pelo menos, outros quatro têm alta programada.

"Todos os doentes têm doenças crónicas e factores de risco associados, quase todos são idosos, seis estiveram internados em unidades de cuidados intensivos, incluindo os três que faleceram", disse Graça Freitas.

Questionada sobre os resultados das análises, a responsável afirmou que "é prematuro anunciar qualquer tipo de resultado".

Disse ainda que as pessoas não devem ter receio de se deslocar ao Hospital S. Francisco Xavier.

O surto está a ser investigado pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS), a pedido do Ministério da Saúde, e pelo Ministério Público (MP), que esta terça-feira abriu formalmente um inquérito. Por esta razão, o MP decidiu ordenar as autópsias, diligências que considera essenciais para a investigação em curso.

Também a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) abriu "no passado dia 6 de Novembro um processo de avaliação para averiguações" sobre o surto no Hospital S. Francisco Xavier, adiantou ao PÚBLICO. 

O primeiro caso notificado foi a 31 de Outubro. O que indicia que a infecção tenha acontecido a partir do dia 17 do mês passado, tendo em conta que o período de incubação da doença é de dois a dez dias. Altura em que o hospital tinha feito análises e que não terão mostrado a presença da bactéria. Um dos objectivos da investigação é perceber o que se passou com exactidão.

O Ministério do Ambiente anunciou esta semana, no Parlamento, que está a ser preparada nova legislação para a qualidade do ar interior e regras mais apertadas para as torres de arrefecimento, para reduzir o risco de presença da bactéria e evitar eventuais novos surtos de Legionella

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