Governo recusou pedido de reforço em Setembro

Autoridade Nacional alertou para perigos de Outubro e pediu reforço de meios humanos e aéreos.

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Jorge Gomes era o secretário de Estado da Administração Interna à data dro Daniel Rocha

O antigo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, desvalorizou os avisos da Autoridade Nacional de Protecção Civil sobre o risco agravado de incêndios e não autorizou o reforço de meios aéreos e terrestres, avança o Jornal de Notícias.

Segundo emails a que o mesmo diário teve acesso, o então presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Joaquim Leitão, pediu a Jorge Gomes o reforço de meios a 28 de Setembro. O presidente da ANPC avisava que se antevia “para a primeira quinzena de Outubro, a manutenção de tempo quente e seco, sem ocorrência de precipitação e com temperaturas acima da média”. Um cenário que, alertava Joaquim Leitão, poderia “contribuir para a existência de um elevado número de ignições”, cita o jornal.

Entre os avisos constavam ainda “a maior perigosidade de incêndio florestal”, prevista para os distritos de “Norte e Centro” – os mais afectados pelos incêndios dos dias 15 e 16 de Outubro, e que acabariam por ser considerados os piores do ano em matéria de fogos florestais.

O presidente da ANPC pedia um reforço de 500 bombeiros, o que custaria 354 mil euros. O pedido não foi atendido e o reforço ficou aquém do requerido, com a colocação no terreno de mais 250 bombeiros a 1 de Outubro.

Entre 12 e 13 de Setembro, Joaquim Leitão pediu ao Governo “com extrema urgência” a “contratação adicional de mais 200 horas de voo” para quatro aeronaves, uma vez que restavam apenas 14 e podiam ser esgotadas num só dia. O pedido não foi aceite.

Já no final de Março deste ano, o governante tinha recusado o recrutamento de 40 novos bombeiros para a Força Especial de Bombeiros (FEB), conforme noticiou o PÚBLICO esta quinta-feira.

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