Sobral de Monte Agraço é a surpresa na lista de concelhos com maior poder de compra

O poder de compra per capita dos portugueses situa-se acima da média apenas em 33 dos 308 municípios portugueses.

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Nelson Garrido

São apenas 33 os municípios que, entre os 308 existentes no país, tinham, em 2015, um poder de compra per capita acima da média nacional. Os seus nomes são conhecidos há muito mas há uma novidade: a escalada do Sobral de Monte Agraço, que entrou no top 30. O facto de ter uma das populações mais jovens do distrito de Lisboa e de beneficiar do êxodo das grandes zonas urbanas, como a capital, podem explicar esta surpresa.

O estudo relativo ao poder de compra local, divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, tenta avaliar o bem-estar material dos cidadãos de cada município tendo como um dos principais indicadores o seu poder de compra.

Em 2015, 50% do poder de compra nacional estava concentrado em 23 municípios, cerca de 7,5% dos concelhos existentes, tal como já acontecia 2013. No entanto, em dois anos verificaram-se algumas mudanças. Enquanto Lisboa subiu para o primeiro lugar, sendo o único a duplicar o índice nacional, já Faro, que se encontrava em primeiro lugar em 2013, desceu cinco posições.

São nas grandes zonas urbanas que se encontram os municípios com maior poder de compra sendo que, nas 14 primeiras posições, se encontram quatro municípios da área metropolitana de Lisboa (Oeiras está em segundo lugar, seguido do Porto) enquanto que no território metropolitano do Porto se destacam os municípios de São João da Madeira, de Matosinhos e da Maia.

Em contrapartida, o estudo salienta que dos 10 municípios com menor poder de compra per capita, oito pertencem ao interior Norte e Centro.

A nova e única entrada desde 2013 no top 30 é a de Sobral de Monte Agraço, um município na área metropolitana de Lisboa que escalou 18 lugares no ranking. A vila, com uma população de 10.156 habitantes, é constituída por três freguesias e caracteriza-se como um concelho que “liga a modernidade à ruralidade”, garante ao PÚBLICO Luís Soares, vice-presidente do concelho, que se diz grato mas pouco surpreendido com esta “vitória”.

“Temos noção que há um conjunto de características do território que o tornam apelativo”, afirma. O baixo índice de envelhecimento da população (um dos mais baixos do distrito), as boas infra-estruturas (nomeadamente escolas, bibliotecas e piscinas) e a proximidade de Lisboa são, para o autarca, os factores que têm levado a que haja cada vez mais famílias a optarem por ali viverem, um dado que já se verificava nos últimos censos. “Todo este conjunto de características ajudam à fixação de pessoas com um certo poder económico”, conclui Soares. O êxodo de população das grandes zonas urbanas pode também ter impacto neste fenómeno.

O relatório tem ainda em conta o Factor de Dinamismo Relativo (FDR),que reflecte “o poder de compra de manifestação irregular, geralmente sazonal, e que está relacionado com os fluxos populacionais induzidos pela actividade turística”. Os municípios que se destacam nesta área localizam-se, tal como nos anos anteriores, no Algarve, sendo que dos 16 acima da média 11 fazem parte desta região.

Top 30 do poder de compra per capita 

1-Lisboa

2-Oeiras

3-Porto

4-São João da Madeira

5-Coimbra

6-Faro

7-Sines

8-Aveiro

9-Cascais

10-Matosinhos

11-Alcochete

12-Évora

13-Funchal

14-Almada

15-Maia

16-Setúbal

17-Azambuja

18-Beja

19-Portalegre

20-Braga

21-Espinho

22-Ponta Delgada

23-Albufeira

24-Amadora

25-Santarém

26-Entroncamento

27-Leiria

28-Sobral de Monte Agraço

29-Barreiro

30-Castro Verde

Texto editado por Ana Fernandes      

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