Paulo Rangel é o rosto da nova estratégia do PSD-Porto

Sociais-democratas contam com o eurodeputado para 2021, ano em que Rui Moreira garante não se recandidatar à presidência da Câmara do Porto.

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O eurodeputado Paulo Rangel chegou a ser falado como candidato à sucessão de Passos na presidência do PSD Nelson Garrido

Um mês depois da pesada derrota que o PSD sofreu nas eleições autárquicas no Porto, os sociais-democratas querem virar a página e preparar uma estratégia que passe por apresentar um nome credível à presidência da Câmara do Porto em 2021. Com Rui Moreira a garantir que não será candidato a um terceiro mandato, o PSD olha para Paulo Rangel como um nome forte capaz de galvanizar o partido e de trazer de volta o eleitorado social-democrata que foi perdendo para o movimento independente do actual presidente da autarquia.

"Este será o meu último mandato, como já disse", afirmou na segunda-feira à noite Rui Moreira na assembleia municipal. À mesma hora, no auditório da Junta de Freguesia de Paranhos – a única que o PSD ganhou –, Alberto Machado, reeleito presidente da junta, anunciava, na sua qualidade de candidato à liderança da concelhia, o nome de Paulo Rangel para presidente da mesa do plenário do órgão concelhio.

Na intervenção que fez perante os militantes Alberto Machado deixou claro que o mandato a que se candidata – as eleições são a 24 de Novembro – é para quatro anos, e não para dois, e que o objectivo é ganhar a Câmara do Porto em 2021.

 “Estou absolutamente optimista” quanto à estratégia que o partido vai seguir nos próximos anos”, declarou o autarca, afirmando que, “com tempo, as soluções serão encontradas”. "É dever do PSD-Porto ganhar a câmara municipal e o partido tem de ter uma estratégia que vá ao encontro das pessoas e perceber em profundidade quais são os seus problemas para poder procurar soluções”, defendeu. Para já, Alberto Machado não quer falar de autárquicas nem de candidatos, mas algumas figuras do partido com quem o PÚBLICO falou dizem que a escolha do antigo líder parlamentar do PSD para presidir à mesa do plenário tem uma “óbvia” leitura política. “Paulo Rangel posicionou-se para o futuro. É pré-candidato à Câmara do Porto em 2021”, vaticinou um dirigente social-democrata.

Em declarações ao PÚBLICO, Paulo Rangel afirmou que o “país vive um novo ciclo político no plano nacional, governamental, autárquico e até em termos de liderança do partido” e que o “PSD-Porto tem de ter uma estratégia para enfrentar este novo ciclo”. “A mim pediram-me para dar o meu modesto contributo nesta fase muito difícil para o partido e eu aceitei. E embora tratando-se de um cargo representativo, pode dar visibilidade e voz às várias sensibilidades do partido que querem participar neste novo ciclo que se abre ao PSD, numa perspectiva de médio e longo prazo”, justifica Rangel.

Quanto às autárquicas de 2021, o eurodeputado não se pronuncia. “Acabamos de sair de umas eleições, o tempo é de quem ganhou as eleições”, declara. De resto, Rangel refugia-se no slogan do candidato à concelhia, "a caminho e em marcha", para dizer que a “marcha não é um sprint, nem uma maratona louca, é um passo consistente e estruturado que é feita com tempo”. Este slogan – explica – “é um pouco inspirado na ideia de Macron, de abertura à sociedade civil”, e esse é o caminho que o PSD tem que fazer.

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