Carlos Moedas defende um acordo de Paris para os oceanos

As previsões mais recentes indicam que, em 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixe.

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LUSA/ANTONIO COTRIM

O comissário europeu da Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, defendeu esta terça-feira na Web Summit, um acordo de Paris para os oceanos tal como a comunidade internacional fez para o clima. “Temos de ver para os oceanos o mesmo que vimos em Paris”, disse.

Mas para aí chegar, diz, são necessárias mudanças de fundo, sobretudo “mais consciência das pessoas” sobre as consequências do que fazem aos oceanos. Vai ser necessário mudar “o sistema de educação, não só na área das ciências, mas também da economia, história e arte” na União Europeia, disse Carlos Moedas na conferência “Como podemos parar de matar os oceanos”.

Com uma visão optimista quanto ao futuro, diz acreditar que a geração jovem está atenta aos problemas ambientais. A mudança vai “levar tempo, 10 anos, uma geração”, defende, evocando a cientista norte-americana Sylvia Earle: “sem água não há vida, sem azul não há verde”. As previsões mais recentes indicam que, em 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixe.

Numa sessão em que participaram também a exploradora e ambientalista Alexandra Cousteau e Dianna Cohen, fundadora e administradora da Plastic Pollution Coalition, o debate à volta dos problemas que afectam os oceanos sublinhou em especial as consequências da pesca excessiva e da poluição do plástico.

Alexandra Cousteau, neta de Yves Costeau, o cientista que lembrava frequentemente que “estamos todos no mesmo barco”, defende que os oceanos deixaram de ser “ingovernados” face às iniciativas de protecção ambiental dos últimos anos e que a mudança tecnológica “está a criar oportunidades” que podem ajudar também.

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