Nenhum ditador deve subestimar a América, avisou Trump no Japão

O Presidente dos EUA participou num verdadeiro comício perante tropas americanas nos arredores de Tóquio e fez ameaças veladas à Coreia do Norte.

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Os bonés que Shinzo Abe ofereceu a Donald Trump Jonathan Ernst/REUTERS

Donald Trump aterrou no Japão, a primeira paragem da sua viagem de 12 dias por vários países asiáticos, com uma retórica dura contra a Coreia do Norte — um discurso que soou apropriado ao aliado nipónico, o maior amigo no Pacífico dos Estados Unidos. “Nenhum ditador, nenhum regime, deve subestimar a determinação americana”, avisou.

O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, conhecedor do fraco que Trump tem por bonés de beisebol, ofereceu a Trump um com dizeres para a ocasião: “Donald e Shinzo fazem a aliança ainda maior”. Tem uma piscadela de olho ao “make America great again” da campanha eleitoral do Presidente americano.

O próprio Trump não se coibiu de fazer uma espécie de comício, falando às tropas da base americana em Yokota, nos arredores de Tóquio — semelhante aos que vai fazendo em vários locais nos EUA.

Num tom militarista, tentou projectar uma imagem de dureza face aos problemas mundiais, descreve o New York Times. Trocando o casaco de fato por um blusão de aviador, disse no seu discurso às tropas que o Exército norte-americano deve estar pronto a defender o país e os aliados e a “combater para derrotar” os adversários. “Vocês são a maior ameaça aos tiranos e ditadores que atacam os inocentes”, incitou.

O Presidente dos EUA lançou ainda um desafio a Vladimir Putin para que ambos tentem ter um encontro a dois, à margem da cimeira dos países asiáticos (ASEAN), para discutir a questão da Coreia do Norte. O porta-voz do Kremlin confirmou que estão a ser feitos esforços para que os dois presidentes se encontrem

Isto acontecerá num momento diplomático complicado, com a formalização de acusações contra elementos da campanha de Trump por ligações à Rússia.

Depois de acusar o ex-gestor da campanha de Trump Paul Manafort e o seu associado Rick Gates, por ligações à Rússia, bem como o assessor George Papadoupolos, a NBC News noticia este domingo que o conselheiro especial Robert Mueller tem provas suficientes para acusar o antigo Conselheiro Nacional de Segurança, Michael Flynn, e o seu filho, de lavagem de dinheiro, mentir a agentes federais. Está também em causa o papel de Flynn num plano para retirar dos EUA Fethullah Gülen, um rival do Presidente turco, a troco de milhões de dólares

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