Rússia investiu no Facebook e no Twitter através de magnata com ligações a genro de Trump

O banco VTB e uma holding da Gazprom realizaram avultados investimentos no Facebook e no Twitter através de Yuri Milner, empresário que detém uma participação numa empresa de Jared Kushner.

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Dado Ruvic

Duas empresas públicas da Rússia investiram avultadas quantias no Facebook e no Twitter através de um magnata da tecnologia, que detém uma participação numa empresa que é co-detida por Jared Kushner, genro e assessor do Presidente norte-americano Donald Trump.

Segundo a documentação analisada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) no âmbito da investigação aos chamados Paradise Papers, o banco VTB investiu em 2011 191 milhões de dólares no Twitter, e uma holding da Gazprom financiou uma offshore que, por sua vez, realizou investimentos num veículo financeiro que detinha uma participação no Facebook avaliada em mil milhões de dólares.

Este dinheiro foi movimentado através de veículos de investimento controlados por Yuri Milner, que também investiu numa startup sediada em Nova Iorque cujos proprietários são Kushner e o seu irmão.

Yuri Milner disse no entanto que tanto o Twitter como o Facebook não foram informados de que os investimentos tinham tido origem no VTB e na Gazprom.

Milner tem ligações ao Kremlin, tendo assessorado o Governo de Moscovo sobre o sector tecnológico numa comissão presidencial liderada por Dmitry Medvedev, que foi Presidente da Rússia e que é actualmente primeiro-ministro. O magnata russo já investiu também sete mil milhões de dólares em mais de 30 empresas, incluindo o Airbnb ou o Spotify.

Estas novas revelações ganham especial relevância devido à investigação que decorre neste momento nos EUA sobre a possível interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas no ano passado e as suspeitas de conluio entre o Kremlin e a campanha de Donald Trump. O Twitter e o Facebook terão tido um papel fundamental na propagação de propaganda e notícias falsas com origem em Moscovo que terão tido como objectivo prejudicar Clinton e ajudar o actual Presidente dos EUA. 

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