Este livro conta o que não se sabia do Porto

Manuel de Sousa, o autor de Porto d'Honra, revela histórias menos conhecidas da cidade.

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Paulo Pimenta

Já sabíamos que se chama “Invicta” à cidade do Porto depois do célebre cerco, e que do Porto é a francesinha. Mas será que sabíamos que, onde agora está o Palácio da Bolsa, se erguia antes um convento? Ou que foi uma máquina de café italiana do Piolho que deu o nome ao cimbalino? Estas e muitas outras questões encontram respostas no livro Porto D’ Honra, de Manuel de Sousa.

São 15 capítulos com um número igual de segredos, ou antes, "histórias pouco conhecidas da cidade", como explica o autor, que nasceu no Porto. "Toda esta informação não advém de grandes investigações, é apenas consequência de muitos anos de leituras sobre a cidade do Porto, com a qual tenho uma grande ligação", acrescenta Manuel, cujo interesse pela história da Invicta se manifestou, primeiro, através das redes sociais, na página do facebook “Porto Desaparecido”.

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Muita da história da Invicta ainda está por contar, mas Porto D’ Honra abarca uma boa parte do que não se costuma dizer da cidade, como a de Urbino de Freitas, que protagonizou o "julgamento do século", depois de envenenar alguns membros da sua família, mas também se aprofunda a revolta de 31 de janeiro de 1891, que deu o nome à Praça da República. A obra, editada pela Esfera dos Livros, é um passaporte para várias épocas do Porto, e a viagem prolonga-se por quase 300 páginas. Se é na discussão da origem do morro da Sé que se começa a desbravar terreno desconhecido, o convite que o livro faz desce o Douro para desaguar no início da comercialização do vinho na cidade, subindo depois a margem para visitar os primeiros botequins e cafés da cidade portuense.

Para o autor, a versatilidade da Torre dos Clérigos é a que mais interesse lhe desperta. Se Nasoni a idealizou como torre sineira, as necessidades dos tempos foram moldando a utilização que se deu (e que se ainda dá) a este edifício barroco. Para além de ter servido como ponto estratégico para combates militares e políticos, "também chegou a assinalar o meio-dia através de um rastilho que queimava com a luz do sol, num disparo que se ouvia em toda a cidade", explica Manuel. Hoje, erguida nos seus 75 metros de altura, serve principalmente de miradouro para a cidade e configura-se como monumento obrigatoriamente visitável.

Em 2013, o interesse pelas curiosidades da Invicta já rendeu a Manuel uma Medalha Municipal de Mérito, num reconhecimento pela Câmara do Porto pela página "Porto Desaparecido". No entanto, a revelação destes “segredos” pode não ficar por aqui – o autor do livro diz ter material "suficiente para mais dois ou três livros". Há muito por contar sobre a "antiga, mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto".

 

 

 

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