Governo diz que psicólogos são essenciais nas escolas e promete estabilidade profissional

Secretário de Estado da Educação, João Costa, garante que estabilidade destes profissionais é uma prioridade do ministério.

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Secretário de Estado da Educação, João Costa. Nuno Ferreira Santos

O secretário de Estado da Educação, João Costa, defendeu nesta sexta-feira que os psicólogos escolares são essenciais para o sucesso académico e bem-estar dos alunos, garantindo que a estabilidade destes profissionais é uma prioridade do ministério.

"Estou aqui para poder afirmar, do lado do Governo, a centralidade que o papel dos psicólogos tem para a maior parte dos programas que estamos a pôr em prática", disse João Costa, durante o V Seminário de Psicologia e Orientação em Contexto Escolar, que está a decorrer na Faculdade de Medicina Dentária, em Lisboa.

Perante uma plateia de milhares de psicólogos, João Costa deixou uma promessa: "uma das prioridades da secretária de Estado (adjunta e da Educação) Alexandra Leitão é a criação de maior estabilidade para a vida profissional dos psicólogos", afirmou o governante, lembrando que "já estão colocados ou em processo de colocação" mais 200 psicólogos nas escolas.

Defendendo que "hoje não é possível pensar ´escola´ sem psicólogos", João Costa lembrou algumas medidas criadas pelo Ministério para garantir bons resultados académicos mas também o bem-estar dos jovens.

O responsável falou no programa de promoção de sucesso escolar, que pretende que Portugal deixe de ser um dos países onde mais se reprova: actualmente, 35% dos alunos não consegue concluir o ensino secundário no tempo esperado.

"Não me preocupa os números, mas sim o que isso significa", sublinhou o governante, recordando os estudos que indicam que a pobreza está directamente relacionada com este fenómeno.

Para o Ministério da Educação, esta realidade representa "um problema de inclusão e de justiça do sistema educativo" e revela a "indispensabilidade de ter psicólogos nas escolas".

O bem-estar dos alunos

No entanto, sublinhou, o bem-estar dos alunos não pode ser uma preocupação exclusiva destes profissionais mas sim de toda a comunidade educativa.

O secretário de Estado também se mostrou preocupado com um grupo de alunos que obtém bons resultados académicos.

"Um aluno que tem boas notas mas depois vive em ansiedade e com ansiolíticos não é bem-sucedido. O aluno bem-sucedido é aquele que não sacrifica o seu bem-estar e saúde mental", defendeu João Costa, recordando os recentes resultados do relatório intercalar do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA 2015).

Os alunos portugueses de 15 anos estão entre os mais ansiosos da OCDE no que se refere à avaliação escolar, segundo os dados do PISA 2015 divulgado em Abril, que revelam que 88% dos alunos portugueses temem más classificações nas escolas, 84% receiam que os testes sejam muito difíceis, 69% admitem ficar ansiosos quando fazem um teste, 65% ficam nervosos quando não conseguem resolver um problema na escola e até estudar é um factor de tensão, pelo menos para 46,2% dos alunos portugueses.

Para o Ministério da Educação, ser bom aluno vai "muito mais além do que os resultados académicos": é preciso garantir o bem-estar físico e intelectual assim como o relacionamento entre colegas e outras pessoas.

Outro dos dados que preocupam o ME prende-se com o facto de quase um em cada cinco (18%) alunos chegarem ao final do 10.º ano e pedir para alterar o seu percurso académico:

"Os psicólogos escolares são essenciais para a educação inclusiva", defendeu por seu turno Cor Meijer, director da Agência Europeia para a Educação Inclusiva e Necessidades Especiais, sublinhando que a "educação inclusiva é uma questão de direitos humanos". 

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