Sete ideias para sair esta semana

Livros e imagens. Tapete estendido a provas e balões. Palco às escuras. E artistas a meter o nariz.

Foto
A exposição "The World of Steve McCurry" está patente até 31 de Dezembro Steve McCurry

Uma narrativa a muitas mãos

Alcobaça, vários locais
De 4 a 14 de Novembro

José Fanha passa o testemunho a Cristina Carvalho no Books&Movies - Festival Literário e de Cinema de Alcobaça. É ela a escritora em residência na quarta edição, e por isso encarregue de continuar a narrativa sobre a história e cultura de Alcobaça que os seus antecessores começaram.
Outra figura em destaque é Ana Zanatti, a actriz que é também letrista (escreveu, por exemplo, Telepatia) e autora de vários livros (o mais recente, O Sexo Inútil, de 2016).
Mas o festival extravasa as categorias que lhe dão nome. Além de lançamentos de livros, conversas e projecções de filmes, inclui peças de teatro, concertos, exposições, ateliês, sessões de contos, um mercado e uma secção dedicada à gastronomia (Books&Cooking).
Os dez dias começam no sábado, dia 4, com a apresentação de De Mosul a Alfeizerão em 6.000 Palavras – ou a história de um refugiado em fuga do Daesh –, com uma mesa-redonda em torno de Preto e Branco, filme de José Carlos Oliveira, e com um concerto de Rui Massena, entre muitas outras iniciativas.
Grátis (excepto concerto de Ricardo Araújo, dia 5, 8€)

 

Foto
João Silva

Das empadas aos bordados

Arraiolos, Pavilhão Multiusos
Até 5 de Novembro

Arraiolos é mais do que capital da tapeçaria. Que o digam os frequentadores da Mostra Gastronómica e do Festival da Empada, que vão na 18.ª e 10.ª edição, respectivamente.
Domingo, dia 5, é o último dia para saborear o património gastronómico da região – sopas, migas, açordas – e uma marca local em particular: as tradicionais empadas de galinha aromatizadas com salsa e manjerona.
Vinhos, queijos, doces e mel complementam a ementa, que serve também animação musical. E não é preciso ir muito longe para trazer o tal outro produto por que a vila alentejana é tão conhecida: está aberta, simultaneamente, a Feira do Tapete de Arraiolos.
Horário: das 12h às 24h (até às 22h no domingo)
Grátis

 

Foto
Luís Efigénio

Cabeças no ar

Alter do Chão, Fronteira, Monforte e Ponte de Sor
De 6 a 12 de Novembro

Trinta equipas de sete países chegam ao norte do Alentejo prontas a colorir os céus com dezenas de balões. Fazem o check-in a 5 de Novembro e, no dia seguinte, abrem os cestos à população, que é "convidada a viver a inesquecível experiência de voar".
O acesso faz-se através de vouchers distribuídos pelas entidades que o 21.º Festival Internacional de Balões de Ar Quente apoia – a Associação Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal e as corporações de bombeiros locais – ou por ordem de chegada.
Com garantia de confiança: "Todos os pilotos são profissionais com créditos firmados no balonismo, pelo que a organização [da Publibalão e do clube de balonismo Alentejo sem Fronteiras] garante que é totalmente seguro voar com qualquer uma das equipas". É só subir.
Voos todos os dias, excepto domingo, às 7h30 (encontro às 6h45) e 15h30 (encontro às 14h45)
Grátis

 

Foto
David Marques e Tiago Cadete Fernando Alves

Negócio escuro

Lisboa, O Negócio
De 7 a 9 de Novembro

Se a imagem que acompanha esta sugestão fosse um rectângulo preto, não estaria muito longe do que se vai passar n'O Negócio, no âmbito do festival Temps d'Images.
David Marques (bailarino e coreógrafo) e Tiago Cadete (encenador, coreógrafo e artista visual) inspiraram-se na ideia pioneira – hoje tão usual que pouco a questionamos – que Wagner pôs em prática no século XIX: escurecer a plateia para concentrar toda a atenção na acção artística. Levaram mais longe a intenção do compositor e "apagaram" também o palco. É um espectáculo negro, sem luz, que se vislumbra neste Apagão.
A estreia em Lisboa acontece antes da participação, a 23 de Novembro, no 39.º Citemor, em Montemor-o-Velho, onde a dupla de criadores esteve em residência no Verão.
Horário: 21h30
Bilhetes a 7,50€

 

Foto
Ricardo Lopes

O remédio do riso

Lisboa, Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos (Doca de Alcântara)
Até 19 de Novembro

Há 15 anos que a Operação Nariz Vermelho leva sorrisos às alas pediátricas dos hospitais. Agora, os "consultórios" dos doutores-palhaços enchem-se de artistas. E o "corpo clínico" sai à rua.
Debaixo do Seu Nariz é o título da colectiva de arte contemporânea que celebra o aniversário da organização. Com curadoria de Luiza Teixeira de Freitas e João Fernandes, mostra em Alcântara diferentes abordagens ao sorriso, de nomes como Ana Jotta, Christopher Makos, Francisco Tropa, Julião Sarmento, Lawrence Weiner, Lygia Clark, Pierre Huyghe ou Rosângela Rennó. O humor e a figura do palhaço dão tema às obras.
A exposição é acompanhada por palestras, filmes, oficinas, visitas-jogos, contos e até um F.L.O.P. (Festival Louco Organizado por Palhaços), entre outras actividades. A maior parte concentra-se nos fins-de-semana e é orientada para as crianças, as verdadeiras estrelas desta companhia.
Horário: quarta a domingo, das 14h às 19h (a partir das 11h aos fins-de-semana)
Bilhetes de 3€. Grátis para crianças até cinco anos

 

Do mundo para o Porto

Porto, Edifício da Alfândega
Até 31 de Dezembro

Steve McCurry é um dos mais famosos e premiados fotógrafos do globo. É ele o autor do icónico retrato de Sharbat Gula, a rapariga afegã de olhar profundo e interpelador, captada num campo de refugiados, que fez capa da National Geographic em 1985.
A imagem está entre as mais de 200, em grande formato, que são exibidas em The World of Steve McCurry, uma antologia do trabalho do norte-americano.
Se Índia, a sua primeira individual em Portugal (que vimos nos últimos dois anos), se focava num dos países mais captados pela sua lente, esta exposição traz-nos o seu olhar pelo mundo inteiro.
Tem curadoria de Biba Giacchetti e cenografia do arquitecto Peter Bottazzi.
Horário: todos os dias, das 10h às 18h (até às 19h aos sábados, domingos e feriados)
Bilhetes a 12€

 

Foto
DR

A cerveja da aldeia

Montijo
De 10 a 12 de Novembro

Diz a lenda que uma galega chamada Alda servia, na sua taberna do cais, uma cerveja ímpar. De tão famosa, baptizou a zona: Aldeia Galega – assim era antigamente designado o Montijo. É também a origem do nome de um nova cerveja artesanal.
A Aldeana foi criada por Miguel Cáceres, jovem montijense que foi à Bélgica, país dos mil e um sabores de cerveja, e trouxe de lá a vontade de criar a primeira na sua terra. Já pôs duas no mercado (leia-se: pouco mais de 40 estabelecimentos da cidade e arredores), a Original e a Blonde. Prepara-se para lançar uma nova variedade durante a Rota da Cerveja Aldeana.
A primeira edição vem propor degustações e workshops, enquanto desafia restaurantes do concelho a criar pratos para harmonizar com estes sabores. E com outra lenda, mas da estação: o São Martinho.

Sugerir correcção
Comentar