EDP Renováveis avança em 2018 com construção de dois parques eólicos

Em causa estão as infra-estruturas de Maunça e Vigia. De acordo com João Manso Neto, o investimento ronda os 60 milhões de euros.

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A evolução tecnológica registada nos últimos anos contribuiu para uma mudança de paradigma no sector das energias renováveis nelson garrido

A EDP Renováveis vai avançar em 2018 com a construção dos dois parques eólicos aprovados pelo Governo no final de Outubro referentes a candidaturas à atribuição de licenças eólicas feitas em 2008, anunciou esta sexta-feira o presidente da empresa.

"Os dois parques, que já estão aprovados, vão avançar para o ano. Houve um concurso [...] e, portanto, nós vamos avançar como previsto", disse à agência Lusa o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto.

Falando à margem do nono encontro promovido em Lisboa pela Associação Portuguesa das Empresas do Sector Eléctrico (ELECPOR), na qual Manso Neto é presidente, o responsável precisou que, no próximo ano, as obras vão "começar e acabar".

Questionado sobre montantes, João Manso Neto referiu que "o investimento é um pouco mais [do que estava previsto], para aí de 60 milhões de euros", já que "os dois parques juntos terão cerca de 50 megawatts". Inicialmente previa-se que o investimento rondasse os 50 milhões de euros. Manso Neto desvalorizou a demora na decisão do Executivo, apontando que "tem o seu tempo". "Estamos em hora, sem problema", adiantou.

Em causa estão os parques eólicos de Maunça (20 megawatts), no concelho da Batalha, distrito de Leiria, e de Vigia (28 megawatts), no concelho de Tarouca, no distrito de Viseu. De acordo com uma informação divulgada no final de Outubro pelo gabinete do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, "a instalação destes projectos, ainda com tarifas feed-in (isto é, tarifas subsidiadas), insere-se na lógica de estabilidade contractual e regulatória assumida pelo Governo para o sector".

Segundo o executivo, os projectos terão "uma considerável incorporação industrial nacional, de acordo com as contrapartidas do contracto, assumidas pelo promotor com o Estado".

Na nota, a secretaria de Estado da Energia realçava também que "a evolução tecnológica, entretanto registada nos últimos anos, combinada com o forte potencial solar nacional impôs, no entanto, uma mudança de paradigma no sector das energias renováveis", que se traduz no fim das tarifas subsidiadas à produção de electricidade. "É neste contexto que assenta a actual aposta do Governo na promoção de projectos renováveis, sem tarifa feed-in, que penalizem a factura de energia, em especial das famílias", acrescentava a secretaria de Estado.

Os projectos da empresa liderada por Manso Neto aguardavam aprovação desde 2008, pelo que seguirão as condições então vigentes.

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