Team Brunel vence a In-Port Race Lisboa da VOR

Numa regata espectacular no rio Tejo, a equipa de Bouwe Bekking e Peter Burling cortou a meta praticamente a par da espanhola MAPFRE.

Foto
Pedro Nunes/Reuters

Sob condições meteorológicas adversas, mas com muito espectáculo à mistura, a Team Brunel, equipa liderada pelo skipper holandês Bouwe Bekking e pelo neozelandês Peter Burling, um dos prodígios da vela mundial, venceu a Mirpuri Foundation In-Port Race, regata que faz parte da Volvo Ocean Race 2017-18. No rio Tejo, o Volvo 65 da Team Brunel liderou a prova de início ao fim, mas esteve quase a ser ultrapassado sobre a meta pelo barco da MAPFRE, que após um mau arranque terminou no segundo lugar, à frente da Dongfeng Race Team, de Charles Caudrelier.

Foram quatro voltas a um circuito desenhado no Tejo que tiveram quase de tudo. Após um arranque com vento estável a 10-12 nós, em que a Turn the Tide on Plastic, equipa com bandeira de Portugal e das Nações Unidas, que contou com o velejador olímpico português Frederico Melo na tripulação, chegou a estar na liderança, os favoritos (MAPFRE e Dongfeng) foram ganhando terreno e conseguiram ameaçar o domínio quase absoluto da Team Brunel.

No entanto, apesar da excelente recuperação dos veleiros espanhol e franco-chinês, a qualidade da tripulação da Team Brunel, na qual se destaca Peter Burling, acabou por fazer a diferença. Burling, que com apenas 26 anos pode tornar-se no primeiro velejador a conquistar a “triple crown” da vela – vitórias nos Jogos Olímpicos, America's Cup e Volvo Ocean Race -, esteve quase sempre ao comando do Team Brunel, confirmando que é quase imbatível em regatas costeiras.

Até ao final da segunda volta, a Team Brunel contou com a oposição da Turn the Tide on Plastic e da AzkoNobel, mas com o avançar da regata e com o agravar das condições atmosféricas, a melhor preparação da MAPFRE e da Dongfeng, equipas que no último ano fizeram por diversas vezes do Tejo o seu campo de treino, acabou por sobressair. O Volvo 65 da Dongfeng acabaria, no entanto, por sofrer uma penalização na terceira volta, o que hipotecou as possibilidades de Charles Caudrelier, Stuart Bannatyne, Carolijn Brouwer e restante tripulação. Com a luta pelo primeiro lugar entregue à Team Brunel e à MAPFRE, assistiu-se a uma última volta espectacular, com os holandeses a conseguirem, com muita chuva e rajadas de vento de 30 nós, defender a liderança por poucos metros. No quarto lugar, logo após o barco da Dongfeng, terminou o AzkoNobel, seguido pelo Vestas, Sun Hung Kai/Scallywag e Turn the Tide on Plastic.

Com estes resultados, a MAFPRE, que tinha vencido a regata costeira em Alicante, lidera a classificação das In-Port Race series com 13 pontos, seguida da Dongfeng e Team Brunel, ambas com 11 pontos. Apesar de não contar para a classificação final da Volvo Ocean Race, a classificação in-port pode revelar-se decisiva no final da prestigiada regata à volta do mundo, já que servirá como primeiro critério de desempate caso haja equipas em igualdade pontual no final da competição.

Cumprida a regata in-port de Lisboa, as equipas vão agora preparar-se para a partida para uma das mais difíceis regatas da prova: no domingo, às 14h00, os sete Volvo 65 vão deixar a Doca de Pedrouços, em Algés, para iniciarem uma longa travessia de mais de 6000 milhas que faz parte da história de Portugal: a ligação de Lisboa à Cidade do Cabo, no extremo sul da África do Sul.

Sugerir correcção
Comentar